O número de casos confirmados de “esporotricose animal” – doença transmitida por fungos e que afeta tanto pessoas quanto animais, especialmente os gatos – subiu para quatro, segundo informou o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) em Manaus, neste domingo (13). O primeiro caso confirmado foi registrado no sábado (12), no bairro da Glória, na Zona Oeste.
De acordo com a médica veterinária Patrícia de Paula Roberto, diretora do CCZ de Manaus, após o primeiro registro da doença, outros três casos que eram investigados foram confirmados.
A diretora do CCZ Manaus informou, ainda, que os casos confirmados e outros que são investigados pelo Centro foram registrados no bairro da Glória e outros bairros adjacentes na Zona Oeste da capital do Amazonas.
“Nós já temos quatro casos confirmados após exames micológicos. Um caso foi confirmado no sábado e mais outros três. A gente está atuando na área do bairro da Glória. Nos bairros adjacentes, já começaram a aparecer algumas suspeitas e a gente vai atuar no decorrer da semana”, disse a diretora.
Ainda conforme a médica veterinária, as equipes do CCZ fazem visitas nas casas de famílias que apresentam casos suspeitos da doença para consultas veterinárias, além de exames clínicos físicos e laboratoriais.
Segundo o Departamento de Vigilância Ambiental e Epidemiológica (Devae) da Semsa, estes são os primeiro registro de esporotricose em Manaus. No período entre 2010 e 2020, foram registrados surtos de esporotricose em animais em outros estados do Brasil, como Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco e Santa Catarina.
Sintomas
De acordo com a diretora do CCZ, nos gatos aparecem feridas profundas, geralmente no focinho e nos membros, que não cicatrizam, podendo progredir para o resto do corpo. Os sinais clínicos que podem ser observados incluem perda de peso, apatia e secreção nasal.
Nas pessoas, a doença acomete a pele e a parte profunda da pele, causando lesão única ou múltiplas, iniciando pelo local onde o fungo penetrou. Essas lesões iniciam com caroço, que pode se romper, formando uma ferida de difícil cicatrização.
Segundo Patrícia, a principal característica da doença é o aparecimento de feridas arredondadas, nas patas e na cabeça, que não se cicatrizam e ainda podem se espalhar para o resto do corpo. “Normalmente se inicia com um caroço, que estoura e vira uma ferida.”
Em pessoas, no local onde o fungo penetrou também surge uma ferida, que pode crescer e ser de difícil cicatrização.
Como prevenir a esporotricose?
A melhor maneira de prevenir a doença, segundo a médica veterinária, é evitar que o animal tenha contato com outro infectado. “Assim como com a Covid a melhor maneira é o isolamento, nesses casos também. É importante isolar o gato em casa para que ele não saia e, eventualmente, brigue e acabe se contaminando”, disse.
Segundo a médica veterinária, muitas vezes, o mais aconselhável é providenciar a castração dos machos para que ele fique em casa, pois eles brigam muito na rua.
Até os tutores de cães devem evitar passeios nesse momento, especialmente no bairro da Glória, onde o primeiro caso foi detectado, pelo menos enquanto a doença ainda não estiver controlada na cidade.
Fonte: G1 Foto: Valdo Leão / Semcom