Os alimentos ultraprocessados têm se tornado mais presentes em nossa sociedade devido, em parte, à sua praticidade e facilidade de acesso. A disponibilidade massiva desses produtos nos supermercados, combinada com embalagens atraentes e preparo fácil, torna-os opções convenientes para consumidores ocupados.
Conforme explica a endocrinologista Dra. Deborah Beranger, os alimentos ultraprocessados são produtos prontos para consumo ou de fácil preparação, frequentemente caracterizados por altos teores de açúcar, sódio e gorduras, enquanto apresentam baixos níveis de fibras, proteínas, vitaminas e minerais.
No entanto, o consumo excessivo desses alimentos está associado a uma série de problemas, incluindo obesidade, doenças cardiovasculares, diabetes e impactos negativos na saúde mental. Abaixo, confira alguns motivos para evitá-los!
1. Alto teor de açúcar e gorduras trans
Alimentos ultraprocessados frequentemente contêm níveis elevados de açúcares adicionados e gorduras trans, fatores associados a diversas doenças crônicas, como diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares.
“A alta ingestão de ultraprocessados pode exacerbar os riscos à saúde em pessoas com diabetes tipo 2, que já correm maior risco de mortalidade prematura, principalmente devido a complicações relacionadas ao diabetes”, alerta a Dra. Deborah Beranger.
2. Pobre teor nutricional
Muitos desses alimentos carecem de nutrientes essenciais, oferecendo calorias vazias e contribuindo para deficiências nutricionais. “Existem várias definições para ultraprocessados, mas eles são alimentos industrializados, ricos em açúcares adicionados (como xarope de milho com alto teor de frutose) ou grãos refinados (por exemplo, farinha branca ou arroz branco), ou ingredientes químicos que realçam o sabor a fim de torná-los hiperpalatáveis. Esses alimentos geralmente contêm muitos ingredientes que você não reconheceria como alimentos, como conservantes e outros produtos químicos”, diz a endocrinologista.
3. Presença de aditivos químicos
Esses alimentos são frequentemente repletos de aditivos químicos, corantes e conservantes, cujos efeitos a longo prazo na saúde humana ainda são desconhecidos.
“Isso forma um verdadeiro coquetel de substâncias químicas, pois grande parte deles não são naturais, que não deveriam entrar no corpo em tanta quantidade, principalmente pela falta de elementos naturais. Por exemplo, carnes ultraprocessadas não são 100% carne e, sim, uma mistura com vários outros elementos, o que reduz nutrientes e aumenta substâncias prejudiciais”, ressalta a Dra. Elodia Avila, cirurgiã plástica especialista em rejuvenescimento.
4. Aumento do risco de obesidade
O consumo regular de alimentos ultraprocessados está correlacionado com o ganho de peso e a obesidade devido à alta densidade calórica e baixo valor nutricional. “A alimentação saudável, com um padrão dietético que privilegie alimentos naturais e variados, é a base para a prevenção e o tratamento da obesidade e do diabetes”, diz a Dra. Deborah Beranger.
5. Estímulo ao consumo excessivo
A palatabilidade intensificada desses alimentos, resultado de aditivos e manipulação de sabores, pode levar a um consumo excessivo, prejudicando o controle de porções.
“O que faz um alimento ultraprocessado ser tão barato e tão gostoso? Os inúmeros aditivos usados para a sua produção; são corantes, para gerar cores mais fortes; adoçantes, para deixá-lo mais doce; emulsificantes, para dar uma textura mais agradável, essências para dar aromas similares a de outros alimentos etc.”, explica a Dra. Elodia Avila.
6. Impacto na saúde mental
De acordo com um estudo publicado no Journal of Affective Disorders, o consumo de alimentos ultraprocessados e hiperpalatáveis, ricos em gordura, sódio, açúcar e carboidratos para intensificar o sabor, pode proporcionar um prazer imediato. No entanto, eles também estão associados à depressão e ao sofrimento psicológico.
“O estudo descobriu que esses alimentos, que também trazem maior densidade calórica, além de descontrolarem a dieta, uma vez que podem desencadear adaptações neurobiológicas e levar a um comportamento cada vez mais compulsivo, também estão associados a quadros de tristeza”, explica a nutróloga Dra. Marcella Garcez.
O Tempo