Destaque para a China que apresentou, durante a Climate Summit, organizada pela ONU, ações como redução do uso de combustíveis fósseis, aumento de florestas e investimentos em tecnologias sustentáveis.
A menos de sete semanas para o início da Conferência do Clima das Nações Unidas, COP30, em Belém, países ainda em dívida com metas climáticas começaram a apresentar as novas NDCs (Contribuições Nacionalmente Determinadas) com propostas de ações para reduzir as emissões de gases poluentes na atmosfera e de enfrentamento às mudanças climáticas. Foi durante o Climate Summit, evento organizado como parte da Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), nesta quarta-feira (25), em Nova Iorque. Dos quase 200 países signatários da ONU, menos de 50 formalizaram as NDCs até agora.
Maior país emissor, a China foi o grande destaque e anunciou o compromisso de reduzir em até 10% suas emissões antes de 2035. A nova NDC representa um avanço no combate às mudanças climáticas e confirma a ambição chinesa em investir em um futuro mais sustentável.
“O aumento da ambição dos países para combater as mudanças climáticas se expressa em suas NDCs. Hoje, após grande expectativa, a China apresenta sua nova NDC aqui na Semana do Clima de Nova Iorque, juntando-se ao Brasil e a outros 48 países. O sucesso de Belém dependerá dos compromissos de todos. Espero que a China sirva de exemplo e estimule outros países a ampliarem suas ambições nas NDCs”, destaca André Guimarães, diretor executivo do IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) e enviado especial da sociedade civil para a COP30.
Além da redução em relação ao pico de emissões líquidas, o governo chinês também se comprometeu a expandir o uso de energias renováveis para 30% da demanda nacional, instalar 3.600 GW em energia solar e eólica, ampliar o mercado de carbono para setores mais poluentes e investir na adaptação climática do país.
As florestas da China têm se recuperado desde o ano 2000, passando de 154 milhões de hectares para 236 milhões de hectares no último inventário nacional, em 2022. A região sudoeste do país, onde estão localizadas mega cidades como Chengdu e Chongqing, ambas com mais de 20 milhões de habitantes, teve o crescimento mais rápido do país, com 200 mil hectares recuperados todos os anos.
Europa e Oceania
No mesmo evento, países da União Europeia indicaram que sua próxima NDC trará uma redução de 66% a 72% das emissões totais do bloco, que em 2023 foram de aproximadamente 2,9 bilhões de toneladas de CO₂. A submissão formal será feita ainda antes da COP30 de Belém, que começa em 10 de novembro.
Também no Climate Summit, representantes da Austrália reafirmaram o compromisso de construir uma economia sustentável para a próxima geração e anunciaram a meta de reduzir em até 70% suas emissões em relação ao pico de 2005, quando o país registrou 465,2 milhões de toneladas de CO₂.
Já Palau, na Oceania, aproveitou o evento para cobrar ações rápidas dos maiores emissores do planeta, ressaltando que “demonstrar compromisso não é opcional”. Um dos menores países do mundo, a nação insular sofre com a elevação do nível do mar e tempestades de grandes proporções.
Mais ambição
O Chile foi outro país a se comprometer a zerar as emissões até 2070. As Ilhas Marshall defendem que os países do G20, as 20 maiores economias do mundo, também tenham ambições climáticas para os próximos anos. O Quênia quer compromissos voltados à educação para diminuir as distância entre pobres e ricos. O Paquistão informou que ainda se recupera das enchentes que afetaram 5 milhões de pessoas e, apesar disso, se comprometeu em reduzir as emissões no transporte e na recuperação de manguezais, por exemplo.
Anfitrião da COP30, o Brasil planeja reduzir entre 59% e 67% das emissões líquidas de gases de efeito estufa até 2035, em relação aos níveis de 2005.




