Belém, 22 de novembro de 2025. Em resposta ao resultado da COP30, Viviana Santiago, diretora-executiva da Oxfam Brasil, declara:
“A COP30 ofereceu um fio de esperança, mas muito mais decepção, já que a ambição dos líderes globais continua aquém do que é necessário para um planeta habitável. As pessoas do Sul Global chegaram a Belém com esperança, buscando progresso real em adaptação e financiamento, mas as nações ricas se recusaram a fornecer o financiamento crucial para adaptação. Esse fracasso deixa as comunidades na linha de frente da crise climática expostas aos piores impactos e com poucas opções para sua sobrevivência.
A gritante hipocrisia das nações mais ricas é decepcionante: os países ricos falam em eliminar progressivamente os combustíveis fósseis, mesmo enquanto planejam uma grande expansão do petróleo e gás. Uma transição verdadeiramente justa exige que aqueles que construíram suas fortunas com combustíveis fósseis ajam primeiro e mais rapidamente, e forneçam financiamento na forma de doações, não empréstimos, para que as comunidades na linha de frente possam fazer o mesmo. Em vez disso, eles dizem aos países mais pobres, já endividados, que façam a transição mais rapidamente, com menos recursos.
O fio de esperança está no proposto Mecanismo de Ação de Belém, que coloca os direitos dos trabalhadores e a justiça no centro da transição para longe dos combustíveis fósseis. Mas sem o financiamento dos países ricos, a transição energética justa corre o risco de estagnar em muitos países.
Nossa maior força está no poder das pessoas. Nenhum outro acordo da COP jamais enfatizou os direitos humanos com tanta força quanto este. Os povos indígenas, as comunidades quilombolas afrodescendentes, as defensoras dos direitos das mulheres à terra e a sociedade civil em todo o Brasil, e ao redor do mundo, continuam a exigir uma verdadeira justiça climática. Suas vozes são mais um motivo de esperança e continuaremos a pressionar governos, a indústria de combustíveis fósseis e os super-ricos por financiamento e ação até que a justiça climática se torne realidade”.




