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    Home»Saúde»Tragédia na jaula revela falhas no cuidado e reacende debate sobre protocolos internacionais de saúde mental
    Saúde

    Tragédia na jaula revela falhas no cuidado e reacende debate sobre protocolos internacionais de saúde mental

    Redação Fatos AMBy Redação Fatos AM4 de dezembro de 2025Nenhum comentário4 Mins Read
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    Especialistas da DBT Brasil explicam por que o caso do jovem morto por uma leoa em João Pessoa expõe um caminho de sofrimento não tratado e apontam práticas adotadas no mundo para prevenir crises extremas

    A morte de Gerson de Melo Machado, 19 anos, após invadir o recinto de uma leoa no Parque Arruda Câmara, em João Pessoa, volta a colocar a saúde mental no centro do debate nacional. O episódio é extremo, raro e violento, mas não surge no vazio. Ele nasce de uma trajetória marcada por transtornos psiquiátricos, abandono, descontinuidade terapêutica e sucessivas tentativas de intervenção que não se sustentaram no tempo. O ataque, registrado por visitantes, é apenas o último capítulo de uma história que se desenha por anos sem acolhimento adequado.

    O jovem tinha diagnóstico de esquizofrenia, histórico de vulnerabilidade social e inúmeras passagens por abrigos, delegacias e serviços de saúde. Relatórios oficiais mostram que, dias antes do incidente, havia recomendação de acompanhamento mais intensivo. A vida de Gerson alternava breves períodos de tratamento com longos intervalos sem supervisão, justamente nos momentos em que apresentava maior risco. Essa intermitência é uma marca comum em sistemas de cuidado que não conseguem oferecer estabilidade emocional, rede de apoio e continuidade.

    Para a DBT Brasil, é impossível compreender o que aconteceu no zoológico sem olhar para a dor acumulada. Vinícius Guimarães Dornelles, integrante da diretoria da Associação Mundial em DBT (WDBTA), afirma que episódios como esse são expressão de uma crise emocional profunda. “A pessoa que ultrapassa uma barreira de segurança não está em busca de espetáculo. Está tentando interromper uma experiência interna que se tornou insuportável. A impulsividade extrema é um marcador clássico da desregulação emocional quando não existe habilidade para lidar com a sensação de urgência.”

    A Terapia Comportamental Dialética é aplicada em centros especializados no mundo todo para pessoas em alto risco emocional. A literatura internacional já mapeia os elementos que precisam estar presentes para interromper espirais perigosas como a que marcou a vida do jovem. Êdela Nicoletti, psicóloga especialista em DBT, explica que o principal diferencial está no modelo estruturado de intervenção. “Nos Estados Unidos, na Europa e em diversas regiões da Ásia, existe uma prática consolidada de protocolos de crise baseados em DBT. Eles combinam avaliação contínua, intervenções de segurança, acompanhamento ativo da equipe e habilidades práticas que ajudam a estabilizar o paciente. A regulação emocional é ensinada como ferramenta de sobrevivência.”

    Esses protocolos, usados em centros de referência, incluem monitoramento intensivo quando há risco iminente, planos de segurança construídos com o paciente, sistemas de aviso precoce e equipes organizadas para intervir rapidamente quando sinais de impulsividade surgem. No Brasil, iniciativas assim ainda não são amplamente implementadas na rede pública, o que deixa muitos jovens vulneráveis a ciclos de instabilidade que se repetem até explodirem em comportamentos de alto risco.

    Vinícius reforça que tragédias como essa não se explicam por um único momento, mas pelo acúmulo de anos sem estratégia. “A DBT trabalha exatamente para evitar que alguém chegue ao ponto de agir sem avaliar consequências. Quando há treino de habilidades, acompanhamento contínuo e estrutura clínica, a impulsividade perde força. Sem rede, a pessoa fica sozinha diante da própria dor.”

    A morte de Gerson também desperta atenção fora do país, mas não pelos elementos gráficos do ataque. O que chama atenção é o percurso que antecede o ato: a sequência de sinais ignorados, a ausência de cuidado estável e a falta de protocolos considerados essenciais em países que lidam com suicídio e impulsividade grave como problemas de saúde pública.

    Êdela resume esse ponto. “O que aconteceu em João Pessoa não é um enigma. É o que acontece quando alguém vive anos sem a combinação de validação, tratamento estruturado e habilidades emocionais. Protocolos internacionais mostram que existe um caminho que reduz riscos. A pergunta é por que ele ainda não é acessível aqui.”

    A DBT Brasil vê o caso como um marco para discutir mudanças na política nacional de cuidado. A entidade defende a implementação de equipes treinadas em protocolos de crise, ampliação do acesso a terapias baseadas em evidências e construção de redes de proteção que não se rompam no primeiro obstáculo. O episódio no zoológico não é apenas uma tragédia individual. Ele funciona como alerta de um sistema que reage ao caos, mas não previne.

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