O ministro Alexandre de Moraes derrubou, neste domingo (24/3), o sigilo da investigação sobre o assassinato da ex-vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes. A decisão foi confirmada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) neste domingo (24/3) após a audiência de custódia dos três suspeitos de envolvimento na execução e na obstrução da investigação presos preventivamente pela Polícia Federal (PF).
De acordo com o STF, os documentos foram disponibilizados assim que digitalizados. “O ministro (Alexandre de Moraes) determinou o levantamento do sigilo da decisão, do parecer da Procuradoria Geral da República (PGR) e do relatório final da PF, que serão disponibilizados pelo STF após serem digitalizados”, anunciou, em nota encaminhada à imprensa. Agora, caberá ao Ministério Público Federal oferecer ou não denúncia contra os indiciados.
O conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio Domingos Brazão e o deputado federal Chiquinho Brazão (União-RJ) foram presos acusados de serem os mentores intelectuais do assassinato de Marielle. A prisão preventiva foi autorizada pelo STF, onde está o caso em razão da prerrogativa de foro privilegiado de Chiquinho, por risco de fuga. O deputado federal e Domingos foram delatados pelo sargento reformado da PM Ronnie Lessa, quem executou a ex-vereadora do Rio.
Já o ex-chefe da Polícia Civil do Rio Rivaldo Barbosa foi preso preventivamente suspeito de obstruir as investigações. Segundo Lessa, o delegado teria prometido a Domingos que não seria punido. Rivaldo foi nomeado como secretário chefe da Polícia Civil pelo então interventor federal do Rio, Walter Braga Netto, um dia antes do assassinato de Marielle. Lá, ele ficou até o fim de 2018, quando a intervenção na segurança pública do Estado se encerrou.
O STF ainda confirmou que a prisão preventiva dos irmãos Brazão e de Rivaldo será levada à Primeira Turma nesta segunda (25/3). A sessão virtual acontecerá de meia-noite até 23h59. O caso está na Suprema Corte em razão da prerrogativa de foro privilegiado de Chiquinho por ser deputado federal.
O TEMPO