Antes de apresentar os sintomas da Covid-19 a pessoa contaminada já está transmitindo a doença, alerta Marcus Guerra, diretor-presidente da FMT (Fundação de Medicina Tropical). Segundo o infectologista, isso reforça a importância de usar a máscara como forma de prevenção.
Marcus Guerra afirma que primeiro é necessário que o indivíduo se proteja usando a máscara e evitando a propagação do vírus. “Como ele se protege? Usando máscara. Porque as pessoas infectadas começam a transmitir a doença no período pré-sintomático”, diz.
“Ou seja, antes que ele tenha sintoma, antes que ele diga ‘acho que estou gripado’ ele já transmitiu. Eu estou pré-sintomático e estou em frente a pessoas que não estão usando máscaras eu estou transmitindo para essas pessoas”, afirma.
Com o período de chuvas, os cuidados precisam ser redobrados. “Esse é um período de sazonalidade dos vírus respiratórios, outros adicionados ao coronavírus”, diz.
“Mesmo em pequeno número, as pessoas tendem a se aglomerar porque ficam na parada de ônibus quando chove, nas saídas dos supermercados, shoppings. E essa aglomeração facilita a transmissão de qualquer micro-organismo que seja transmitido por via aérea”, explica.
Marcus Guerra não recomenda a automedicação. “Sem automedicação. Você deve procurar uma indicação do médico que vai dizer qual é a medicação e qual é o momento certo de tomar e como ele deve ser sequenciado. Porque a doença pode parar de evoluir, mas pode progredir”, diz.
De acordo com o infectologista, o médico saberá dizer se o paciente está de fato curado. “Então eu posso estar nos três primeiros dias aparentemente bem, do sétimo ao nono eu começo a apresentar sintomas respiratórios mais graves e aí diz ‘já vai passar porque não tem mais febre’, dias depois agrava. Aí as pessoas dizem ‘poxa, o cara estava tão bem, morreu com dois dias’. Então essa medicação tem que ser feita com o médico, não tem jeito”, afirma.
Guerra avalia que o estado de colapso que a saúde pública estadual vive no momento teve contribuição das aglomerações em festas de fim de ano. “O pessoal parecia desesperado na Marechal Deodoro, na Guilherme Moreira, tentando fazer compra para o Natal, dando presentes e tudo mais e acabou sobrecarregando a rede hospitalar infelizmente”, diz.
Mas além desse período, o feriado prolongado de 8 de dezembro, de Nossa Senhora da Conceição, Padroeira do Amazonas, influenciou, segundo Guerra. “Nós tivemos sábado, domingo, segunda e terça. Isso fez as pessoas irem de balneário a festas e outras coisas mais”, afirma.
Além do uso da máscara, Guerra reforça medidas como lavar as mãos com água e sabão, usar e transportar consigo álcool em gel, fazer isolamento por 14 dias em caso de contaminação e não frequentar ambientes aglomerados como forma de prevenção.
Fonte: Amazonas Atual