Uma dais mais importantes publicações voltadas ao mercado fonográfico do mundo, a revista americana Billboard repercutiu a ‘CPI do sertanejo’, iniciada com a polêmica sobre a tatuagem no ânus de Anitta.
Ainda que não tenha usado a expressão que celebrizou o caso nas redes sociais, a reportagem publicada nesta quinta-feira (9) resgatou a origem das revelações sobre o recebimento de dinheiro público de prefeituras por parte de artistas sertanejos como Gusttavo Lima e Zé Neto –que desencadeou o processo com críticas tanto à cantora quanto à Lei Rouanet em um show em Mato Grosso.
Entenda a ‘CPI do sertanejo’ com Gusttavo Lima gerada pelo ‘tororó’ de Anitta Como desdobramento das revelações, o Ministério Público iniciou investigações sobre mais de 30 cidades que teriam contratado shows com verbas públicas de modo irregular, como no caso do município mineiro de Conceição do Mato Dentro, que contrataria o cantor Gusttavo Lima por um cachês de R$ 1,2 milhão com dinheiro tirado de áreas como ambiente e infraestrutura, ambiente e infraestrutura.
Além de Lima, shows de artistas como Xand Avião, Ávine Vinny e Nattanzinho e Wesley Safadão estão sob investigação do Ministério Público do Ceará. Em Mato Grosso, prefeituras gastaram R$ 16,6 milhões com shows de artistas populares, muitos dos quais são conhecidos por criticarem a Lei de Incentivo à Cultura.
A reportagem da Billboard também destacou que a Lei Rouanet, o principal mecanismo federal para financiar projetos culturais no Brasil, está no centro de ataques do presidente Bolsonaro e seus apoiadores de extrema direita, que “criticaram seu uso como desvio de fundos que poderiam ser melhor utilizados para serviços públicos”. O texto afirma ainda que a Lei Rouanet, em vigor desde 1991, “ajuda a patrocinar projetos como festivais de música, produção de turnês e gravações de discos, concedendo incentivos fiscais a financiadores privados”.
Um porta-voz do Ministério Público do Mato Grosso afirmou à reportagem da revista que, assim como outras investigações sobre shows com financiamento público, a de Mato Grosso está em fase inicial e “ainda não é possível saber se houve alguma ilegalidade”.