Não é fácil detectar câmeras escondidas em imóveis, como aconteceu com umcasal de turistas hospedado em um flat em Porto de Galinhas, região turística de Pernambuco. A começar pelo tamanho desses aparelhos. Geralmente minúsculas, essas câmeras podem estar escondidas em vários objetos de uma casa. “Em qualquer ponta de parafuso dá para fazer isso”, afirma o detetive particular Wilson Teixeira, dono da WT Investigação.
Além disso, por mais que essas câmeras possam emitir luzes, é bem improvável que alguém consiga identificá-las sem uma perícia minuciosa em todo o espaço. “Como a grande maioria dos dispositivos é minúscula e inteligente, é difícil conseguir um caminho para encontrar essas câmeras”, avalia Rodolfo Avelino, professor de cibersegurança do Insper.
Existem hoje aplicativos de celular que dizem detectar câmeras escondidas. Os principais conseguem, por exemplo, detectar quais equipamentos estão conectados à rede wi-fi local, mas em um ambiente desconhecido é difícil suspeitar de algum aparelho. Fora isso, tanto usuários como especialistas não têm avaliado bem esses aplicativos.
Assim, o jeito mais eficaz de encontrar câmeras desse tipo acaba sendo contratar o serviço de profissionais, que utilizam aparelhos de contraespionagem muito mais sofisticados. Um deles, o monitor de RF TronicStar SM-1 é capaz de detectar escutas e câmeras sem fio. O aparelho é vendido por mais de R$ 11 mil, e um serviço de varredura custa cerca de R$ 2.000.
Há também dispositivos mais baratos, como detectores de radiação eletromagnética e detectores ópticos, que são vendidos por ao menos R$ 100 –esses são muito menos sofisticados.
No modo caseiro, a forma mais prática é revirar todo o quarto. Tomadas, luminária, telefone, relógio, espelhos, paredes, televisão, frigobar, detector de fumaça. Este último, por sinal, é o preferido daqueles que instalam câmeras espiãs em hotéis e motéis, dizem os especialistas. Em quartos de motel, Teixeira diz também já ter visto câmeras escondidas em luminárias LED. “Ninguém enxerga isso.”
É possível, ainda, localizar esses aparelhos usando a câmera do celular. Nesse caso, é necessário apagar todas as luzes do espaço e fechar a cortina. Com o ambiente escuro -e se possível com a ajuda de uma lanterna-, basta apontar a câmera para o local onde pode haver um aparelho espião escondido.
A tática dá certo porque algumas câmeras espiãs usam iluminação invisível ao olho humano, mas não à câmera de um smartphone. Geralmente, esses dispositivos espiões estão interligados a um sistema de armazenamento em nuvem –ou seja, o aparelho capta e envia as imagens, via wi-fi, para um sistema que pode ser acessado por quem instalou a câmera. (Folhapress)
O Tempo