O “Vivendo o Nosso Centro”, dentro do programa da Prefeitura de Manaus, é um circuito de educação patrimonial, cultural e arquitetônica, lançado desde agosto, e que terá mais quatro visitas até novembro, sendo o próximo tour no dia 14 de outubro, no centro histórico da cidade. Ainda terão roteiros nos dias 28 de outubro e nas datas de 11 e 25 de novembro, sempre aos sábados, das 8h30 às 11h30.
E, agora, o circuito conta com uma parada adicional em um casario que foi totalmente reformado e recuperado, a sede da superintendência estadual do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), localizada nos números 13 a 17 da Travessa Dr. Vivaldo Lima, na área portuária da capital.
“A educação patrimonial e o fato de estarmos convidando a sociedade em geral a conhecer, enquanto estamos em execução das obras, tem o valor não só do pertencimento, mas é uma oportunidade para o público ter contato com os espaços, com a conservação, valorização e preservação do patrimônio urbano existente”, comentou a gerente de Patrimônio Histórico (GPH), do Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb), arquiteta e urbanista Melissa Toledo.
O circuito passa por edificações, bens tombados, praças e ruas, em um tour montado por técnicos do Implurb, com apoio da Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult), da Secretaria Municipal do Trabalho, Empreendedorismo e Inovação (Semtepi), e da Comissão Técnica para Implementação e Revitalização do Centro Histórico de Manaus.
Patrimônio
Novo ponto do “Vivendo o Nosso Centro”, o casario foi construído no final do século 19, funcionando, originalmente, como residência nos pavimentos superiores, e oficina mecânica e fundição a vapor, no térreo. De arquitetura eclética, a edificação é prova viva do que vivenciou a cidade no seu auge cultural, econômico e social em virtude da produção e exportação da borracha.
À época, a arquitetura manauara, financiada pela riqueza da borracha, produziu uma série de exemplares ricos em qualidade arquitetônica, além de serem também tecnicamente bem elaborados.
O edifício-sede do Iphan é um marco na paisagem urbana da região portuária. Com características do ecletismo, é um exemplar de uma arquitetura influenciada pelo modelo de chalés, muito em voga no final do século 19. O termo chalé, ou chalet, seria o afrancesamento da palavra latina casella, cujo significado é “casinha”, e representa um tipo de construção originária da Turquia, que foi introduzido no norte da Europa e, sobretudo, nos Alpes como residência camponesa no século 17. No século 19, o chalé tornou-se uma opção residencial permanente para as classes média e alta.
Para a superintendente regional do Iphan-AM, a historiadora Beatriz Calheiro, é uma felicidade atender a um chamado do público, a partir das visitas do “Nosso Centro”, que estimularam a abertura do casario aos sábados, quando tiver a ação da prefeitura. “Aqui temos essa casa do patrimônio, que está recebendo uma exposição, a ‘Chão Velho’, com fotografias de pisos com ladrilhos hidráulicos, interativa. E toda essa movimentação do programa permite que possamos ter ações concretas, devolvendo à comunidade o acesso ao patrimônio cultural e material”, comentou Beatriz.
Circuito
O circuito “Vivendo o Nosso Centro” inicia na praça Dom Pedro II, seguindo para o Museu da Cidade de Manaus (Muma), no paço da Liberdade, e rua Bernardo Ramos. Na sequência, o grupo faz uma passagem pelas obras do “Nosso Centro”, lançadas pelo prefeito David Almeida, que serão entregues em dezembro deste ano: mirante Lúcia Almeida, casarão Thiago de Mello e largo de São Vicente. O tour segue pela travessa Carolina e para o Palácio Rio Branco, finalizando na sede do Iphan-AM.
A participação é feita mediante inscrição prévia e gratuita. Para os interessados em participar do programa, a equipe da Gerência de Patrimônio Histórico (GPH) faz a divulgação dez dias antes de cada sábado, do link para inscrições. O próximo link, para a visita do dia 14 de outubro, será divulgado no Instagram do Implurb nesta quarta-feira (4/10), às 12h.
Centro
O Centro Histórico de Manaus é tombado pelo Iphan desde 2012, segundo o qual apresenta uma porção urbana formada por edificações do período áureo mesclada a edifícios modernos. Sua área tombada representa um dos maiores testemunhos de uma fase econômica ímpar no Brasil: o período da borracha.
Próximas datas (sempre aos sábados)
14 de outubro
28 de outubro
11 de novembro
25 de novembro
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Texto – Claudia do Valle / Implurb