O aumento de arboviroses, como a dengue, em Minas Gerais, que já registra um diagnóstico a cada minuto, liga o alerta para os riscos da doença que é transmitida pelo Aedes aegypti. Quem tem animal em casa sempre se preocupa se o vetor é capaz de infectar os pets. Mas será que a dengue é transmitida para os bichos? Para resolver essa dúvida, a reportagem de O TEMPO conversou com especialista, que alerta para os riscos do vetor.
Segundo o veterinário Frederico Crepaldi, coordenador do curso de medicina veterinária da Estácio BH, os animais não contraem a dengue. “Os cachorros não contraem a dengue. Ela (a dengue) é uma doença que afeta os humanos”, garante. Entretanto, a dúvida comum em muitos tutores pode estar ligada ao fato do Aedes aegypti ser vetor de outra doença que afeta os cachorros, o que pode acabar confundindo as pessoas. Na verdade, segundo o veterinário, o mosquito também é vetor de transmissão da Dirofilaria immitis, parasita que causa a dirofilariose, mais conhecida como verme do coração. A doença atinge os cães e pode levar à morte.
“A picada do mosquito deposita um verme que cresce na mucosa do coração e reproduz ali dentro, tomando conta das camadas cardíacas causando insuficiência cardíaca e podendo levar à morte. Em uma explicação mais popular, é como se enchesse o coração do animal de lombriga, impedindo que o sangue seja bombeado e circule”, explica Crepaldi.
Apesar disso, o especialista explica que o parasita é comum em áreas litorâneas. “O parasita não é encontrado em áreas montanhosas, como temos aqui em Minas. Ele é típico do litoral brasileiro”, pontua. Diante disso, ele alerta que tutores que planejam viajar com seu pet para o litoral devem se prevenir, levando o cão ao veterinário. “Quem vai viajar tem que consultar o veterinário e falar que está indo para o litoral. Existem medicamentos prescritos para regiões litorâneas para serem consumidos durante a estadia. Além disso, sempre recomenda-se que o animal use colheitas repelentes”, aconselha.
Sintomas e tratamento
Os sintomas da doença demoram a se manifestar no animal, sendo mais perceptíveis quando a dirofilariose está em uma fase mais aguda. Segundo o veterinário Frederico Crepaldi, os tutores devem estar atentos a sinais como letargia, tosse e dificuldade para desenvolver atividades.
O tratamento, segundo o médico veterinário, é feito com base na prescrição de remédios antiparasitários e protocolos clínicos que são definidos com base no estágio da doença.
O TEMPO