O deputado federal Silas Câmara, que estava ocupando a presidência da Frente Parlamentar Evangélica (FPE), deve deixar o cargo no início de fevereiro, após seis meses à frente da bancada evangélica, que conta com 129 deputados federais. Em seu lugar, assumirá o deputado Eli Borges (PL-TO) pelos próximos seis meses. O parlamentar do Amazonas está enfrentando processo que pode cassar seu mandato.
A decisão de dividir o mandato em quatro partes foi tomada pelo grupo com o objetivo de evitar possíveis rachas na bancada evangélica. Silas iniciou seu mandato em agosto de 2023 e esta é a terceira vez que ele assume a presidência da FPE, uma das maiores bancadas do Congresso Nacional.
No entanto, nos últimos tempos, a bancada evangélica tem demonstrado um certo descontentamento em relação ao deputado Silas Câmara, devido à sua proximidade com o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Esse descontentamento ficou mais evidente com o impasse envolvendo a anulação da isenção tributária concedida a pastores e líderes religiosos.
Os membros da bancada consideram Eli Borges, deputado pelo PL de Tocantins, menos ligado ao governo Lula e, por isso, têm visto com “maus olhos” a aproximação de Silas ao governo petista.
Diante da pressão da bancada, Silas Câmara se pronunciou em agosto de 2023, afirmando que não é amigo do presidente Lula nem da esquerda, mas que é uma pessoa aberta ao diálogo. Durante uma entrevista, o deputado ressaltou que é possível dar ao atual presidente o benefício da dúvida, mas não o considera um “aliado natural”.
A Bancada Evangélica do Congresso Nacional atualmente é composta por 228 parlamentares, sendo 202 deputados federais e 26 senadores. Esses representantes pertencem a 15 partidos diferentes. Dentre os congressistas, apenas 26 podem ser considerados aliados ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A divisão do mandato na presidência da Frente Parlamentar Evangélica tem como objetivo evitar rachas internos e garantir a representatividade do grupo. No entanto, o descontentamento em relação a Silas Câmara e sua proximidade com o governo Lula têm gerado tensões dentro da bancada. A bancada evangélica é uma das maiores do Congresso Nacional e, sua posição, representa uma força política relevante nas decisões do país.
AM Post