Filhos de policiais militares seguem seus passos como missão de vida
Neste Dia dos Pais, a Polícia Militar do Amazonas (PMAM) retrata histórias reais de como o vínculo entre pais e filhos transforma-se em legado capaz de atravessar gerações. Muitos filhos seguiram os passos de seus pais e ingressaram na corporação, reforçando uma história de dedicação, orgulho e vocação que nasce no seio da família.
O tenente PM Celso Lopes, que ingressou na instituição em 1993, expressa o sentimento de gratidão e também de orgulho, ao ver que seus dois filhos, Marcela Lopes e Marcos Lopes, seguiram seus passos após 32 anos de dedicação à Segurança Pública.
“Foi uma surpresa pra mim quando os dois passaram juntos no concurso, a minha filha Marcela entrou como aluna do curso de oficiais de saúde e logo em seguida o Marcos, como aluno do curso de formação de soldados, os dois entraram por vontade própria e de forma espontânea, não precisei intervir em nenhum momento”, contou o PM.
Apesar da imensa alegria de ver os filhos seguindo os seus passos, o tenente PM Celso também não esconde a preocupação que tomou conta do seu coração naquele momento. Como pai, ele sabia que a escolha pela vida policial traz consigo muitos desafios, como físicos, emocionais e familiares, que vão muito além da farda.
“Junto com o orgulho, veio aquela inquietação que todo pai sente. Logo nos primeiros dias eu sentei com os dois e perguntei, com toda sinceridade, se era realmente essa a profissão que eles queriam seguir. Expliquei que não é uma escolha simples, exige muita dedicação, responsabilidade e, principalmente, equilíbrio emocional. Mas eles estavam decididos, e isso me trouxe paz no coração”, revelou emocionado.
Com mais de três décadas de serviço, o policial militar se emociona ao perceber que sua trajetória inspirou os próprios filhos. “Hoje eu me sinto realizado, muito feliz mesmo. Saber que eles ingressaram por vontade própria e que estão dispostos a honrar essa missão me enche de orgulho. É um sentimento difícil de descrever. Estou passando adiante um legado de 32 anos, e isso não tem preço”, finalizou o tenente.
Do outro lado, os filhos Marcela e Marcos contam sobre a experiência de vivenciar os primeiros passos na carreira na Polícia Militar e a descoberta da força e dedicação do pai, após viverem na pele as exigências da profissão.
“Quando eu e meu irmão nascemos, o papai já era policial militar, então nós vivenciamos esse ambiente desde muito cedo, a nossa trajetória na PMAM está atrelada a isso. Mas agora, tendo a oportunidade de ingressar na corporação, eu consigo entender na prática o esforço que ele precisou ter e a coragem que assumiu, para criar nós dois da melhor forma. Se a gente chegou até aqui, grande parte disto, nós devemos ao nosso pai”, desabafou a aluna oficial Marcela Lopes, com lágrimas nos olhos.
Mas o tenente Celso Lopes não é o único a viver esse momento marcante em 2025. Em outra ponta da corporação, o sargento PM Jeová Lima também carrega no peito o orgulho de ver sua filha, a aluna soldado Leonora Lima, seguir os passos dele na Polícia Militar. Com mais de 25 anos de carreira e com a aposentadoria se aproximando, ele compartilha a emoção de ver o início da jornada dela, enquanto se despede da sua.
“Eu estou muito orgulhoso, porque minha filha entrou na Polícia Militar e vai dar continuidade ao meu trabalho aqui. Eu espero que ela seja muito feliz na PM, que aprenda as coisas certas que têm que serem feitas. É algo inexplicável, porque eu olho pra trás e vejo que aquela bebezinha vai vestir a mesma farda que eu visto. Em breve eu me aposento e quando eu estiver em casa, ela vai chegar fardada, e eu vou chorar porque a minha vai ficar guardada, né? Mas eu tô feliz com isso”, compartilhou, emocionado.
Com 23 anos, a aluna soldado Leonora Lima carrega no peito as lembranças de infância ao lado do pai, sargento Jeová Lima. Desde pequena, a filha relembra o momento em que o pai dela chegava em casa, e ela corria para os pés do pai, para tirar os coturnos. Hoje, ela revive aquelas memórias com orgulho e emoção ao vestir a mesma farda que sempre admirou.
“Quando eu era criança eu achava muito lindo meu pai chegando em casa fardado e eu falava na inocência que um dia eu seria policial militar, como o meu pai. Eu cresci, me dediquei e consegui passar no concurso público do PM, ou seja, estar aqui depois de 25 anos de carreira do meu pai, é uma honra, porque eu sei que ele vai tá saindo e eu vou estar assumindo essa responsabilidade “, ressaltou a filha.
Primeira mulher militar da família, Leonora relembra com gratidão o exemplo do pai e celebra o momento em que a admiração infantil se transformou em missão de vida. “Meu pai é meu herói, meu protetor, ele é a minha inspiração de vida, o meu referencial de paz, porque mesmo nos dias cansativos, ele esteve sempre presente. E ele fala pra mim que antes de se aposentar, gostaria de tirar o último dia de serviço comigo, e neste dia, eu vou deixá-lo em casa e dizer pra ele ficar tranquilo porque ele cumpriu a missão, e que a partir dali, será a minha vez” finalizou a filha.
FOTO: Divulgação/PMAM