Com mais de 40 mil brasileiros na fila por um transplante apenas este ano, o Dia Nacional da Doação de Órgãos, celebrado em 27 de setembro, reforça a campanha Setembro Verde, criada para conscientizar a sociedade sobre a urgência do tema. A data, que tem como lema “doar vidas”, mobiliza doadores e busca salvar milhares de pacientes que dependem deste gesto para sobreviver.
A Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) possui legislações que incentivam e conscientizam a população sobre a importância da doação de órgãos e tecidos.
Entre elas, a Lei nº 6.994/2024, de autoria do deputado Rozenha (PMB), que instituiu o Selo Amazonas pela Vida, destinado a reconhecer pessoas e instituições que contribuem para o aumento de doadores.
“O objetivo é criar na comunidade amazonense um conceito desvinculado de amarras ideológicas, religiosas e preconceituosas, promovendo conhecimentos científicos, humanitários, sociais e até econômicos. Afinal, saúde pública é um tema de alto custo para toda a sociedade”, defendeu o parlamentar.
Outro avanço é a Lei nº 6.845/2024, proposta pelo deputado Dr. George Lins (UB), que tornou obrigatória a realização da Semana de Conscientização sobre a Doação de Órgãos, Tecidos e Transplantes no currículo da rede pública estadual.
A medida busca combater a desinformação e preconceitos, levando o tema aos alunos do ensino fundamental e médio de forma estruturada, com conteúdos adequados às diferentes faixas etárias, em conformidade com o Plano Nacional e o Plano Estadual de Educação.
Sobrevida
O diretor de Saúde da Aleam, médico Arnoldo Andrade, destaca que a doação de órgãos é capaz de proporcionar uma sobrevida significativa a milhares de pessoas em todo o mundo.
“Temos o transplante de córnea, de pulmão, de rim — que é o campeão de transplantes. Hoje, a medicina consegue aumentar a sobrevida, trazendo um órgão de uma pessoa compatível para ajudar aquele que está doente. É doar um pedaço da vida para quem está perdendo a sua, e isso é extremamente importante”, explicou.
Segundo Andrade, é fundamental que as famílias conversem sobre a doação e criem um protocolo em caso de necessidade.
“Se houver um acidente fatal, com perda encefálica, mas com órgãos ainda viáveis, que eles possam ser destinados a quem está na fila do transplante. Quem é doador de sangue também pode ser um potencial doador de órgãos, proporcionando melhor sobrevida a quem aguarda por essa oportunidade”, afirmou.
Transplantes
Para milhares de pacientes, o transplante representa mais que um procedimento médico: é a única esperança de vida ou a oportunidade de um recomeço.
A cirurgia substitui um órgão (coração, fígado, pâncreas, pulmão ou rim) ou tecido (medula óssea, ossos, córneas) doente por outro saudável, proveniente de doador vivo ou falecido. Uma única doação pode beneficiar até oito pessoas, transformando perdas em legados de esperança.
Dados oficiais revelam que a lista de espera no Brasil segue alta, refletindo a disparidade entre a demanda e o número de doações. Especialistas reforçam que a conscientização é essencial para superar receios e desinformação, já que a doação continua sendo a única alternativa para pacientes com insuficiência renal, hepática, cardíaca ou outras doenças crônicas.
Texto – Alessandro Cavalcanti / Aleam
Foto – Alberto César Araújo / Aleam