A cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris 2024 gerou um grande alvoroço entre cristãos e conservadores brasileiros. Um dos momentos mais controversos do evento foi a paródia do famoso quadro “A Última Ceia”, de Leonardo da Vinci, que foi reinterpretado por drag queens, incluindo Nicky Doll, ex-participante do reality show RuPaul’s Drag Race.
A obra original, pintada por Da Vinci entre 1495 e 1498, retrata o episódio bíblico em que Jesus Cristo compartilha sua última refeição com seus apóstolos antes de ser preso e crucificado. Na versão apresentada na cerimônia, diversos personagens bíblicos foram representados por drag queens, o que provocou uma forte reação de figuras religiosas e políticas no Brasil.
O pastor Renato Vargens, da Igreja Cristã da Aliança em Niterói, Rio de Janeiro, foi um dos primeiros a se manifestar. Em suas redes sociais, Vargens criticou duramente a representação, classificando-a como “escárnio” e “deboche” de um ícone central do cristianismo. “Estamos assistindo a uma tentativa de banalizar e desrespeitar símbolos sagrados da nossa fé em nome de uma agenda woke”, afirmou o pastor.
O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) também expressou sua indignação nas redes sociais. Em uma publicação no X (antigo Twitter), Ferreira denunciou a apresentação como uma “zombaria demoníaca” da fé cristã. “As Olimpíadas começaram fazendo uma zombaria demoníaca da fé cristã”, escreveu o parlamentar, gerando uma enxurrada de comentários de apoio e reprovação de seus seguidores.
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) não ficou atrás nas críticas e fez uma referência a um episódio anterior. “Vocês lembram o que aconteceu depois da encenação do Diabo pisando em Jesus no Carnaval de 2019? Com Deus não se brinca”, disse Bolsonaro, sugerindo que eventos desastrosos podem seguir atos considerados blasfemos.
A apresentação em questão dividiu opiniões não só no Brasil, mas também internacionalmente. Enquanto alguns defendem a liberdade artística e a inclusão de diferentes expressões culturais e identitárias, outros veem a performance como um desrespeito aos símbolos religiosos.
A polêmica em torno da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris 2024 continua a reverberar nas redes sociais e na imprensa.
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