Em apenas 11 dias, janeiro se tornou o segundo mês com o maior número de novas internações por Covid-19 em Manaus desde o começo da pandemia. Os registros do início deste ano ultrapassaram o total de novas hospitalizações de maio do ano passado, quando estado enfrentava a primeira onda da doença.
Segundo boletim desta segunda (11), divulgado pelo Governo do Amazonas, Manaus teve 1.979 novos internados com Covid de 1º a 11 de janeiro deste ano. Em todo o mês de maio, o total de novos internados chegou a 1.926.
No pior mês da pandemia até agora, em abril, Manaus teve 2.128 novos internados.
O Amazonas enfrenta um novo surto da Covid, e voltou a sofrer com hospitais e cemitérios lotados por conta da doença. Nesta segunda, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou que estuda priorizar vacinação em Manaus para “reduzir contaminação”.
O consumo de oxigênio também aumentou em Manaus e tanques do produto começaram a faltar nos hospitais. O Governo afirmou que traz os insumos de outros estados com apoio das Forças Armadas.
Até esta segunda, são mais de 216 mil casos confirmados de Covid no Amazonas, e mais de 5,7 mil mortes.
Dos 11 primeiros dias de janeiro, 6 deles registraram recordes de novas internações jamais vistas no estado. Até então, o recorde de novas internações havia sido registrado em 4 de maio, com 168 novos hospitalizados.
Desde o dia 4 de janeiro, com exceção do dia 6, foram registradas, em cada dia, mais de 200 novas internações por Covid no Amazonas. O total de internações em janeiro, de 1.979 até esta segunda, também se aproxima do pior mês da pandemia em Manaus: o mês de abril, que teve 2.128 novos internados.https://94ca07c836f2966cbb2d7ef5f6aa9f1f.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-37/html/container.html
Novas internações por Covid em Manaus, até 11 de janeiro de 2021. — Foto: Reprodução/FVS-AM
Quando o estado registrou números tão altos, entre abril e maio do ano passado, o sistema público de saúde entrou em colapso, com quase 100% dos leitos ocupados. O sistema funerário também colapsou, caixões foram enterrados empilhados e em valas comuns, e o número de mortes ficou 108% acima da média histórica.
Nas últimas semanas, os hospitais voltaram a lotar em Manaus, mesmo com ampliação de mais de 130% na oferta de leitos, em comparação com o período da primeira onda. O governador Wilson Lima disse, na sexta-feira (8), que sistema de saúde está muito próximo do limite de sua capacidade.
Nos cemitérios, o aumento de mortes voltou a gerar filas de carros funerários na porta. A Prefeitura de Manaus descartou voltar com as valas coletivas, e disse que deve construir mais covas verticais, além de instalar contêineres frigoríficos, para comportar a quantidade de caixões.