Unidades de saúde da zona rural de Manaus começaram a receber provedores de internet neste mês de julho, em uma ação inédita promovida pela Prefeitura de Manaus, com intuito de otimizar os processos de trabalho na região, coordenados pela Secretaria Municipal de Saúde (Semsa).
De acordo com o titular da Semsa, Djalma Coelho, a medida coloca em prática uma das ações previstas no Plano Municipal de Saúde (PMS), do quadriênio 2022-2025, e integra o conjunto de estratégias da gestão do prefeito David Almeida, para aprimorar as ações de monitoramento e assistência em saúde básica.
A primeira Unidade de Saúde da Família Rural (USFR) a receber o link de internet foi a Ada Viana, localizada na comunidade Nova Canaã, no quilômetro 41, BR-174. A instalação também foi iniciada na USFR Nossa Senhora Auxiliadora, nas margens do rio Negro, e outras cinco unidades rurais (terrestres e ribeirinhas) devem receber o provedor nos próximos meses.
A gerente de Atenção à Saúde do Departamento do Distrito de Saúde Rural (Dedisar), Janiete Barbosa, informou que graças ao acesso à internet, o Prontuário Eletrônico do Cidadão (PEC) foi implantado na USFR Ada Viana nesta quarta-feira, 26/7. Os profissionais da unidade receberam treinamento para começar a utilizar o sistema.
“O PEC vai facilitar não somente o processo de trabalho, mas também vai validar todos os programas de saúde que são executados pela Semsa no território rural. Essa medida inédita da prefeitura representa a qualificação dos sistemas de informação e também da assistência em saúde, pois iremos minimizar o tempo de resposta dos planos estratégicos desenvolvidos com base nesses dados”, informou
De acordo com Janiete, as unidades da zona rural possuíam o método de trabalho limitado ao papel e aos sistemas off-line, como o e-SUS-CDS, alternativa do Ministério da Saúde do PEC para unidades que não possuem conexão com a internet. Nesse caso, todas as informações sobre atendimento ao usuário ou ações programáticas demoravam um período maior para chegarem ao governo federal.
“Nós registrávamos tudo em computador, esse conteúdo era salvo em pen-drives e levados até a sede do Dedisar, na área urbana, para enfim as informações serem exportadas ao Ministério da Saúde. Depois que era feita a exportação, ainda aguardávamos cerca de 48 horas para que fossem validadas todas as ações desenvolvidas no território”, contou.
Com a internet, os profissionais da zona rural também poderão operacionalizar diretamente as vacinas, inclusive para a Covid-19. Além disso, eles terão acesso a outros sistemas de informação de processos de trabalho, seja de vigilância em saúde ou atenção básica, seja municipal, estadual ou nacional.
O Sistema de Regulação (Sisreg) também será levado para dentro das unidades rurais. De acordo com a gerente, os usuários dessas regiões que forem inseridos no Sisreg terão um intervalo de tempo maior entre a marcação e a data do exame, para possibilitar o deslocamento até a unidade de referência na data prevista.
O diretor de Tecnologia da Informação da Semsa, Saymon Souza, informou que sete unidades de saúde da área rural de Manaus terão o link de internet instalado nesse primeiro contrato. Elas foram classificadas porque possuem condições técnicas para que o provedor de internet funcione, como fornecimento de energia elétrica e posse de maquinário de informática.
“A secretaria abriu um processo licitatório e a equipe de TI começou a realizar as provas de conceito, em que diferentes fornecedores foram chamados e eles fizeram a demonstração em campo das tecnologias que possuem. Buscamos uma tecnologia que suportasse os sistemas que serão acessados pelas unidades e que fosse estável, com velocidade adequada”, detalhou.
Saymon explicou ainda que as demais unidades do território rural (pontos de apoio e unidades fluviais) terão a situação analisada posteriormente. “Precisaremos identificar uma tecnologia, ou combinação de tecnologias, que atenda às particularidades geográficas de cada unidade, pois no futuro iremos avançar com a internet para os pontos que operam nos rios e nas calhas mais distantes do perímetro urbano”, disse.
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Texto – Victor Cruz / Semsa
Fotos – Henrique Souza / Semsa