A hipertensão, também conhecida popularmente como pressão alta, é uma condição de saúde que afeta cerca de 45% da população brasileira, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Ela é caracterizada pelos níveis elevados da pressão sanguínea nas artérias. Além disso, é um dos principais fatores de risco para doenças cardiovasculares, como doença arterial coronariana, acidente vascular cerebral (AVC) e insuficiência renal.
Embora tradicionalmente associada a pessoas mais velhas, a pressão alta tem se tornado um problema comum entre os jovens. Segundo a Sociedade Brasileira de Hipertensão, mais de 3,5 milhões de crianças e adolescentes têm a condição no Brasil.
Para o Dr. Roberto A. Vasques Jr., coordenador de Cardiologia do Hospital São Luiz Jabaquara, a rotina intensa, o sedentarismo e os maus hábitos alimentares são fatores que contribuem para o crescimento da doença entre a população mais jovem.
Aumento de casos no país
No Brasil, de acordo com o Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde, o número de hipertensos está em expansão na última década. Em 2021, foram registradas 39.964 mortes pela doença, dado 72% superior em relação a 2011, com 23.233 óbitos por pressão alta.
“Podemos dizer que o Brasil vive uma transição epidemiológica de hipertensão arterial. A interpretação dos números sugere que as próximas gerações sofrerão com um incremento substancial na prevalência de hipertensos e suas complicações, como reflexo direto os maus hábitos atuais”, alerta o Dr. Roberto A. Vasques Jr.
Prevenindo a pressão alta
De acordo com o especialista, para não se chegar à velhice hipertenso, algo comum a 65% dos idosos, os mais novos devem se antecipar e agir preventivamente, incluindo ações funcionais, saudáveis e proativas ao bem-estar corporal, psicológico e espiritual.
“Dietas baixas em gordura, tais quais a mediterrânea, a vegetariana/vegana, a nórdica, além de uma ingestão baixa de carboidrato e sódio, trarão benefícios de longo prazo. Um apoio mental, de psicólogos/psicoterapeutas, e até mesmo espiritual, é igualmente recomendável. Tudo isso promoverá uma rotina mais saudável e equilibrada nesses dias corridos”, analisa o Dr. Roberto A. Vasques Jr.
Importância do diagnóstico precoce
A hipertensão arterial geralmente é assintomática, pois menos de 10% dos pacientes apresentam sintomas, como tontura, falta de ar, palpitações, dores de cabeça e alteração na visão. Essa característica da doença ressalta o papel primordial dos exames de rotina para diagnóstico precoce, fundamental para iniciar o tratamento adequado antes do surgimento de outras complicações.
“É importante que o paciente esteja em dia com seus exames, mas também mantenha o zelo com a própria saúde. Ações como praticar esportes e atividades físicas, controlar o peso, não fumar, ingerir álcool com parcimônia e controlar o diabetes complementam a chave para não ter problemas arteriais na juventude e, por consequência, na maturidade”, recomenda o profissional do São Luiz Jabaquara.
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