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    Educação

    Entre rios e satélites: como a internet mudou o dia a dia em uma escola na zona rural do Amazonas

    Redação Fatos AMBy Redação Fatos AM28 de outubro de 2025Nenhum comentário10 Mins Read
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    Estado registrou o maior crescimento percentual de conectividade escolar: 9%. Na Escola Estadual Gilberto Mestrinho, em Manacapuru, professores e alunos contam com ferramentas digitais para enriquecer o aprendizado e estimular a autonomia dos estudantes

    No Amazonas, o caminho para a escola é marcado pelo som dos motores dos barcos, pelo voo baixo das garças, pelas cheias e secas. Em um território de dimensões continentais, com 1,5 milhão de km², e baixa densidade demográfica onde rios são estradas, fornecer infraestrutura para o ensino público sempre foi um desafio maior que no restante do Brasil, especialmente quanto à conexão das escolas à internet. Mas, aos poucos, essa realidade está mudando. Na Escola Estadual Gilberto Mestrinho, que fica em Repartimento do Tuiué, zona rural do município de Manacapuru, o acesso a laboratórios equipados e internet veloz está reescrevendo histórias.

    De acordo com o Censo Escolar, o estado registrou o maior crescimento percentual de conectividade escolar entre todos os estados brasileiros em 2024. O número de escolas públicas conectadas à internet aumentou 9% em relação ao ano anterior, o que representa 239 novas unidades com acesso à rede. O avanço é resultado de uma estratégia articulada pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Educação do Amazonas, em parceria com os municípios amazonenses e o apoio técnico da organização da sociedade civil MegaEdu.

    A professora de Português e Inglês na EE Gilberto Mestrinho, Patrícia Barros, diz que a internet facilita muito o preparo das aulas. Ela lembra do tempo de menina, quando precisava recorrer à enciclopédia Barsa para fazer pesquisas, com resultados limitados pelas páginas de papel, o que não era muito diferente na escola onde leciona até pouco tempo atrás. “Aqui a internet é essencial, porque nós não temos uma biblioteca tão grande”, relata. Hoje ela pode fazer pesquisas aprofundadas usando a internet. Seus escritores favoritos são José de Alencar e Carlos Drummond de Andrade. “Costumo levar poemas e resumos das obras para meus alunos. Consigo baixar rapidamente”, conta.

    Além de dar aulas para o Ensino Fundamental no turno da tarde, Patrícia também acompanha os alunos do Ensino Médio no turno da noite, na transmissão das aulas do Centro de Mídias de Educação do Amazonas (Cemeam). A partir de sete estúdios em Manaus, professores especialistas das diferentes áreas da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) transmitem aulas ao vivo para escolas em todos os municípios, via satélite, com o suporte presencial de professores mediadores. O modelo surgiu em 2007 da dificuldade do estado em levar educação às regiões mais afastadas dos centros urbanos, incluindo territórios que são acessíveis somente por barco ou avião, e segue crescendo até hoje. 

    O Cemeam também coordena o programa Aula em Casa, iniciativa que ganhou destaque nacional ao assegurar a continuidade do ensino remoto durante a pandemia de Covid-19. O projeto permitiu que milhares de estudantes amazonenses — e, posteriormente, de outros estados — tivessem acesso a conteúdos educacionais pela televisão e por aplicativo móvel, ampliando o alcance da aprendizagem mediada por tecnologia. Hoje, o Aula em Casa continua a integrar o ecossistema de inovação educacional do Amazonas, fortalecendo o uso pedagógico da conectividade e a interação entre professores e alunos em diferentes territórios.

    “O Cemeam foi decisivo porque viabilizou uma educação inclusiva, de qualidade e com tecnologia em uma situação inovadora no contexto brasileiro, rompendo barreiras territoriais e socioeconômicas do Amazonas e elevando o padrão pedagógico com reconhecimento nacional e internacional”, afirma a secretária de Estado de Educação e Desporto Escolar do Amazonas, Arlete Ferreira Mendonça. Para 2025, a previsão é que o modelo de Ensino Presencial Mediado por Tecnologia (EPMT) atenda mais de 26 mil estudantes, distribuídos em aproximadamente 1.800 salas de aula em todo o estado do Amazonas

    Arlete  conta que as particularidades do estado do Amazonas levaram os envolvidos a encontrarem alternativas criativas para ampliar o acesso dos alunos à internet para fins pedagógicos e todas as vantagens que ela engloba. “A conectividade, hoje, é condição básica para assegurar igualdade de oportunidades educacionais e, embora ainda tenhamos que avançar, sabemos que estamos no caminho certo, pois essas atitudes funcionam. Nosso compromisso é destravar os processos para que cada estudante tenha, além da internet, um dispositivo nas mãos e professores preparados para usar a tecnologia em sala de aula”, afirma.

    O estado do Amazonas é o maior do Brasil, ocupando 18% de todo o território nacional, o que evidencia, por si só, necessidades especiais para tamanha relevância. “É com orgulho que testemunhamos mais um passo concreto rumo à inclusão digital nas escolas públicas do Amazonas. Ver a conectividade chegar onde antes havia apenas isolamento nos enche de esperança e convicção de que estamos no caminho certo. Seguiremos lado a lado com o governo do estado do Amazonas para ampliar horizontes tecnológicos, fortalecer a equidade digital e garantir um salto transformador na educação de milhares de crianças e jovens amazonenses” completa Cristieni Castilhos, fundadora e CEO da MegaEdu. 

    Mudanças para um novo futuro

    Na EE Gilberto Mestrinho, a chegada de uma internet de qualidade fez toda a diferença para essas aulas. “Antes, qualquer queda de energia derrubava a transmissão e demorava para voltar. Agora, com conexão via satélite, a internet só cai se faltar luz, e quando volta a energia, a conexão também volta na hora”, conta a professora Patrícia. A região ainda enfrenta muitos apagões, principalmente pela queda de árvores durante as chuvas, afetando fiações e o fornecimento de energia, por isso é tão importante que a escola tenha infraestrutura para retomar as aulas rapidamente. 

    Kethulem Vitória de Oliveira, 17 anos, é uma das alunas do noturno e está cursando o 3º ano do Ensino Médio. Ela cresceu em Iuara, outra zona rural de Manacapuru. Lá, para chegar à sua antiga escola ela precisava pegar um “barco a jato” (uma embarcação rápida, que funciona como os ônibus). Por causa disso, em períodos de seca, não era possível atravessar o rio e, como não havia computador em casa, Kethulem perdia as aulas. 

    Aos 15 anos, Kethulem se mudou para Repartimento do Tuiué e hoje estuda na EE Gilberto Mestrinho. Ali, mesmo na Zona Rural, ela conheceu a internet de alta velocidade na escola e rede Wi-Fi em casa, o que ela aproveita para assistir a doramas (novelas asiáticas que são uma febre entre sua geração) e ouvir música enquanto acompanha o som tocando violão, instrumento que aprendeu a tocar com seu pai. 

    As mudanças, em casa e na escola, abriram novas possibilidades de futuro e ela conta seu sonho de chegar ao Ensino Superior: “Me inscrevi no Enem. Penso em fazer Pedagogia ou Enfermagem, ainda não decidi. Penso em estudar em Manaus ou em Manacapuru, que também tem faculdade”.

    “Nosso estado provou que, mesmo diante dos maiores desafios geográficos do país, é capaz de garantir conectividade para as escolas públicas. Esse avanço é fruto de muito diálogo com os municípios e do compromisso em comum de fazer com que nenhum estudante do Amazonas fique desconectado do seu futuro”, celebra a Secretaria de Educação do estado. 

    Gestão e letramento digital 

    Outra professora da escola, Ângela Alves, conta que quando se formou em Pedagogia não imaginava que trocaria as ruas movimentadas de Manaus por Manacapuru. Em 2016, um processo seletivo a levou à EE Gilberto Mestrinho para lecionar no Ensino Fundamental. Dois anos depois, veio a aprovação em concurso público e, com ela, a certeza de que ficaria. “Eu só tinha experiência com escola particular. Foi aqui que entrei para o ensino público”, explica. No início, a adaptação não foi só geográfica, faltava infraestrutura para trabalhar, faltava conectividade. 

    Mas Ângela se preocupava com o letramento digital dos alunos e resolveu usar as ferramentas que tinha. Mesmo sem acesso à internet, durante as aulas de Português, ela levava os alunos à sala de informática para escrever resenhas de livros lidos na disciplina, exercitando, ao mesmo tempo, a habilidade digital e a compreensão crítica das leituras. “Era uma forma de passar ao menos o básico, né, que é digitar um texto”, comenta.

    Com a chegada da nova rede de internet, suas atividades passaram a fluir. “Fez toda a diferença. Agora conseguimos preencher o diário digital com facilidade, pesquisar conteúdos para planejar melhor nossas aulas e acompanhar os alunos com mais qualidade. A internet chegou como uma aliada poderosa e melhorou tudo, de verdade” , reforça. Hoje, como professora de Ciências, o espaço que Ângela mais utiliza fora da sala de aula é o laboratório. Lá, entre bancadas, um esqueleto sintético, um modelo anatômico de coração e um microscópio, as turmas realizam pequenas experiências. Quem sabe, serão futuros cientistas.

    Conexão que resulta em aprendizado na prática

    O estudante do 8º ano, Luís Fernando Augusto Neves, 14 anos, teve o primeiro contato real com computadores na EE Gilberto Mestrinho, no 7º ano. As aulas de informática, conduzidas pelo professor Júlio Maximus, aconteciam uma vez por semana, alternadas com as de Inglês. Luís fala encantado sobre a novidade: “O que eu mais gostei foi que a gente, sempre quando via um computador, o nosso desejo era mexer nele. Eu não tinha conhecimento, ficava só batendo nas teclas. Foi muito importante aprender a mexer nele”. Com o tempo, ele ganhou agilidade para digitar, copiando textos para treinar pontuação e espaçamento.

    O professor Júlio, responsável também pela Educação Física, aproveitava as aulas da disciplina para levar os alunos à sala de informática e incentivar pesquisas no Google sobre a história dos esportes. “Pesquisamos sobre o handebol, o futebol, vários esportes. Depois a gente fazia uma redação falando sobre eles”, diz Luís.

    Agora, o contato com tecnologias digitais não está só na sala de informática. Sentado em uma carteira comum, nas aulas de Ciências da professora Ângela, Luís aprende a matéria que é passada em apresentações de slides, cheias de cores, ilustrações e vídeos. Segundo ele, isso deixa as aulas mais interessantes. “É mais fácil aprender vendo as imagens”, afirma. Ele também adora as aulas no laboratório, onde espera, em breve, “usar o microscópio para ver bactérias”, expressa animado.

    Motivado nos estudos e interessado na informática, Luís quer aprender muito mais sobre computadores e navegação na internet. Sua família planeja comprar um notebook até o fim do ano. Quando se formar no Ensino Médio, ele pretende fazer o Enem e cursar Engenharia Civil, e também pensa em uma carreira militar. É cedo para dizer qual será o futuro profissional de Luís. Certo é que o acesso à internet e ao letramento digital lhe abrirá muitas portas.

    Em meio aos avanços, o Amazonas ainda apresenta desafios diários. Mas para quem viveu anos desconectado, o impacto positivo é inegável. Hoje, professores conseguem explorar todo o seu potencial, alunos se preparam melhor para o vestibular e para o mercado de trabalho, e o acesso à informação não depende mais de atravessar um rio até a cidade mais próxima.

    O Governo do Amazonas já anunciou novos investimentos em infraestrutura tecnológica, incluindo a ampliação do Wi-Fi escolar e a distribuição de dispositivos para estudantes e professores. A meta, segundo a Secretaria de Educação, é ampliar a cultura digital na rede pública e aumentar o engajamento estudantil. “Vamos seguir avançando na transformação digital amazonense, com foco na entrega de dispositivos e na expansão do Wi-Fi para garantir o uso pedagógico da tecnologia para todos os alunos”, afirma Helder Viana, diretor do Departamento de Tecnologia da Secretaria de Educação do Amazonas. “A conectividade não é mais promessa distante, é uma realidade que começa a redesenhar o presente e o futuro de milhares de amazonenses”, conclui.

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