Contrariando as expectativas iniciais, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, encerrou o ano de 2023 com resultados econômicos acima das previsões e a aprovação da tão debatida reforma tributária. Os números destacados colocam Haddad como um forte candidato à sucessão do Partido dos Trabalhadores (PT), mas, em entrevista ao jornal O Globo, ele descartou a possibilidade de se lançar como candidato à Presidência após Luiz Inácio Lula da Silva.
Haddad afirmou que Lula, que possivelmente buscará um quarto mandato em 2026, é a escolha natural para a próxima eleição presidencial. “O Lula foi três vezes presidente. Provavelmente, será uma quarta”, declarou o ministro. Ele ressaltou que, apesar de ser um trunfo para o PT contar com uma figura política como Lula, é um desafio pensar no “day after” e encontrar um nome para sucedê-lo.
Sobre a sucessão dentro do PT, Haddad afirmou que não participa das discussões internas sobre o tema e que há consenso para a candidatura de Lula em 2026. Ele destacou que o desafio de encontrar um sucessor será mais relevante na eleição seguinte, ressaltando a importância de o partido começar a se preparar para essa transição.
Haddad também refletiu sobre sua própria experiência nas eleições presidenciais de 2018, quando concorreu com uma situação atípica, marcada pela prisão de Lula. Ele lembrou que na época, “ninguém queria ser vice do Lula” e que buscou alternativas como Ciro Gomes (PDT) e Jaques Wagner (PT) para a vice da chapa.
Em relação à sua atuação como ministro da Fazenda, Haddad destacou a boa relação com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, brincando sobre a natureza desafiadora de seus respectivos cargos. Também mencionou a parceria com o presidente da Câmara, Arthur Lira, ressaltando a importância da união para aprovar reformas e propostas essenciais para a economia do país.
Sobre as propostas econômicas do governo, Haddad enfatizou a aprovação da reforma tributária nos impostos sobre consumo e indicou que a reforma do Imposto de Renda pode ser adiada para 2025, considerando o calendário eleitoral de 2024. Ele ressaltou que o desafio é avaliar a janela política para votar a proposta.
Com resultados positivos e uma postura política estratégica, Fernando Haddad se destaca como uma figura chave no cenário político brasileiro, mesmo que ele insista em focar nos resultados coletivos e no fortalecimento do partido. O futuro político do ministro permanece incerto, mas seu papel no desenvolvimento econômico e nas articulações políticas tem sido notável até o momento.
AM Post