Para a faixa etária entre 40 e 49 anos, o conselho recomenda o “rastreamento sob demanda”, ou seja, mulheres com essa idade, mediante solicitação médica, não devem mais ser impedidas de realizar a mamografia. Não quer dizer que o rastreio nesta faixa etária ocorrerá proativamente, mas, sim, mediante obtenção do pedido médico.
No país, ainda não há rastreamento ativo para essas mulheres de 40 a 49 anos.
São Paulo, 24 de setembro – A Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (FEMAMA) vem, por meio desta nota, esclarecer que a afirmação de que o Ministério da Saúde passou a recomendar o rastreamento ativo através do exame de mamografia para mulheres a partir dos 40 anos, como divulgado por alguns veículos de mídia, é incorreta.
Durante a reunião do Conselho Consultivo da Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer (CONSINCA), realizada ontem (23), da qual FEMAMA participou, foi determinada a ampliação do rastreamento ativo de mulheres entre 50 e 69 anos para 50 a 74 anos, com periodicidade bienal, conforme orientação da OPAS/OMS. Além disso, foi apresentada a recomendação do “rastreamento sob demanda” para a faixa etária entre 40 e 49 anos, sem periodicidade definida. Isso significa que as mulheres com essa idade, mediante solicitação médica, não devem mais ser impedidas de realizar a mamografia, como ainda ocorre com frequência.
Entretanto, FEMAMA reforça que ainda não há rastreamento ativo para mulheres de 40 a 49 anos.
“Reconhecemos as medidas anunciadas na reunião como avanços importantes, incluindo também a recriação do programa de qualidade das mamografias, a implementação da navegação oncológica e o fortalecimento de políticas de diagnóstico e tratamento em tempo oportuno. Porém, ainda há carência de programas organizados de busca ativa para rastreamento e incentivos à realização da mamografia para mulheres entre 40 e 49 anos, que concentram 22,6% dos diagnósticos de câncer de mama no SUS e que apresentam tumores muitas vezes mais agressivos, resultando em grandes impactos não só na saúde das pacientes, mas também a nível social e econômico”, afirma Maira Caleffi, Presidente Fundadora da FEMAMA.
A FEMAMA seguirá acompanhando a implementação das medidas anunciadas e continuará defendendo um programa de rastreamento organizado e com busca ativa anual para mulheres a partir dos 40 anos, condição essencial para medir resultados e reduzir a mortalidade por câncer de mama no Brasil, principalmente por meio do diagnóstico precoce da neoplasia em estágio inicial, que é aquele com maiores chances de sobrevida e de cura – mas que depende da identificação de lesões que, muitas vezes, só são descobertas por meio da mamografia.
Sobre a FEMAMA
A Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama é uma organização sem fins econômicos que trabalha para reduzir os índices de mortalidade por câncer de mama em todo o Brasil, atuando por mais acesso ao diagnóstico precoce e a tratamento ágeis e adequados. Com foco em advocacy, a instituição está presente em 20 estados brasileiros e Distrito Federal e busca influenciar a formação de políticas públicas em prol dos direitos de pessoas com câncer, representando mais de 70 ONGs de apoio a pacientes de todo o país. Conheça o trabalho da FEMAMA aqui.