Secretário Divaldo Rezende apresenta avanços da política climática do Estado, reforça a participação diplomática do Tocantins e destaca as oportunidades do mercado de carbono para produtores, povos tradicionais e comunidades locais.
Eunice Fleury / Governo do Tocantins
Ao avaliar a participação do Tocantins na COP30, durante entrevista no estande Fórum Planeta Campo, do Canal Rural, o secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Divaldo Rezende, representando o governador, Laurez Moreira, afirmou que atual gestão marca “um novo capítulo de diálogo com o agronegócio e nas negociações globais”
Segundo ele, o legado da atual gestão estadual é baseado em cooperação e diálogo. “Precisamos ouvir a todos — e o agro está presente neste processo. Isso é histórico. O governador está extremamente satisfeito com a abertura desta interlocução com o setor agroprodutivo”, destacou.
A declaração reforçou o papel estratégico do Tocantins na construção de políticas climáticas integradas ao setor produtivo. Durante entrevista ao Canal Rural, diretamente de Belém, Rezende apresentou os avanços do Programa Jurisdicional de Redução das Emissões dos Gases de Efeito Estufa por Desmatamento e Degradação Florestal (JREDD+) e destacou que o Estado estruturou um processo participativo robusto, com mais de 60 reuniões de consulta em apenas seis meses.
O secretário explicou que o Tocantins reuniu produtores rurais, agroindústrias, povos indígenas, quilombolas e organizações da sociedade civil para construir de forma conjunta as bases do programa. Todo o crédito de carbono gerado será destinado ao Fundo Clima, que fará a distribuição dos recursos por meio de editais públicos. “Criamos instâncias de decisão com participação equilibrada. Transparência é central para o sucesso do programa”, reforçou.
Entre as metas estratégicas do governo estão zerar o passivo de licenciamentos ambientais, acelerar a análise do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e ampliar a regularização das propriedades.
O CAR, explicou Rezende, é um registro eletrônico obrigatório que funciona como uma “identidade ambiental” das propriedades, reunindo informações sobre áreas de proteção, vegetação nativa e uso do solo.
Rezende também destacou iniciativas como o projeto Floresta+ Amazônia – Conservação, que reconhece e apoia pequenos produtores e proprietários rurais que preservam a floresta. O Tocantins integra ainda a Delegação Sul-Sul da COP30, colaborando com países africanos de língua portuguesa em ações climáticas.
Com a expectativa de gerar 15 a 20 milhões de créditos de carbono nos próximos quatro anos, o Estado projeta captar até 200 milhões de dólares para investimentos diretos em produtores rurais, povos indígenas e comunidades quilombolas. Para o secretário, a extensão rural será essencial na entrega desses resultados, especialmente por atender dois biomas — Cerrado e Amazônia — e zonas ecotonais que demandam ações específicas.
Rezende lembrou ainda que o Tocantins avança na agenda da transição energética, com iniciativas em hidrelétricas e tecnologias que transformam biomassa em fertilizantes de alto valor biológico.
Com a consolidação do REDD+ e o fortalecimento do diálogo com o agro, o Tocantins reforça sua posição como Estado diplomático e inovador na agenda ambiental. O governo avalia que a COP30 marca um período de oportunidades e construção conjunta, onde produtores, comunidades e sociedade civil avançam na mesma direção: crescer com sustentabilidade e protagonismo internacional.




