Operação Xapiri faz parte da força-tarefa de desintrusão da Terra Indígena Sararé, onde mais de 400 acampamentos utilizados por garimpeiros foram destruídos.
Brasília/DF (25/08/2025) – Desde o início do mês, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) tem conduzido a Operação Xapiri-Sararé para combater o garimpo ilegal na Terra Indígena (TI) Sararé, lar do povo Nambikwara, em Mato Grosso. A ação já resultou na destruição de uma vasta infraestrutura utilizada pelos garimpeiros.
As equipes de fiscalização inutilizaram, até o momento, 100 escavadeiras hidráulicas, 317 motores estacionários, 431 acampamentos, 61 mil litros de combustível (diesel e gasolina), 43 motocicletas, 9 caminhonetes, 12 caminhões, além de outros equipamentos usados na extração ilegal de ouro (veja a tabela abaixo).
Em propriedades rurais na região, que serviam como pontos de apoio logístico para o garimpo ilegal, o Ibama neutralizou equipamentos e estruturas, como depósitos clandestinos de combustível e locais de manutenção de maquinário. Em uma dessas propriedades, foram apreendidos quase 13 quilos de mercúrio.
A Operação Xapiri-Sararé conta com a parceria das seguintes instituições: Ministério dos Povos Indígenas (MPI), Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Polícia Rodoviária Federal (PRF), Polícia Federal (PF), Força Nacional de Segurança Pública (FNSP), Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam) e Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), além do apoio da Polícia Civil de Goiás (CORE/GT3).
Aumento do garimpo e seus impactos
A TI Sararé, que em 2025 lidera o ranking de alertas de garimpo no Brasil com 1.814 detecções, tem sido alvo de uma migração de garimpeiros ilegais, especialmente após a intensificação das ações do Governo Federal em outras áreas onde ocorriam o crime. A facilidade de acesso à região também contribuiu para o rápido avanço da atividade ilegal, que já resultou na supressão de 743 hectares de vegetação nativa na TI Sararé.
O garimpo ilegal na TI Sararé causa graves impactos ambientais e sociais, como:
• Poluição: rios e igarapés são contaminados com mercúrio e resíduos oleosos, além de sofrerem assoreamento;
• Desmatamento: a supressão da vegetação nativa prejudica o bioma amazônico e os habitats da fauna local;
• Ameaça à cultura Nambikwara: a invasão das terras e a exploração dos recursos naturais afetam diretamente o modo de vida tradicional do povo Nambikwara;
• Expansão do crime organizado: a atividade ilegal contribui para a presença e o aumento de grupos criminosos na região.
O Ibama reafirma seu compromisso em proteger a Terra Indígena Sararé e o povo Nambikwara, cumprindo a determinação judicial que exige medidas para a contenção do garimpo ilegal. As ações de fiscalização continuarão por tempo indeterminado.
Equipamentos apreendidos ou destruídos
Período: de 1º até 22/08/2025
(operação em andamento)
431 acampamentos
100 escavadeiras hidráulicas
4 barcos
9 caminhonetes
4 caminhões empregados na logística do garimpo
4 caminhões-basculante
3 caminhões-prancha
1 caminhões-tanque
6 tratores de esteira
1 trator de pneu
4 calhas resumidoras (estrovengas)
43 motocicletas
9 motobombas
21 motores geradores de energia
317 motores estacionários
2 motores de popa
2 motosserras
1 moinho de martelo
60.450 litros de diesel
1.290 litros de gasolina
5 armas de fogo pistola 9mm
2 armas de fogo pistola 28mm
1 espingarda calibre 22
84 munições
7 munições (calibre 12)
1 cartucho de munição calibre 9 mm não deflagrados
10 cartuchos de munição calibre 22 mm não deflagrados
1 carregador de pistola 9mm
1 carregador de fuzil 556 com 1 munição
6 capas de coletes balísticos
400 metros de mangueira (mangote azul)
12,4 kg de mercúrio
6 gramas de ouro
10 antenas de internet (Starlink)
10 estruturas de apoio logístico das atividades ilegais
Desde 2023, o Ibama atua no combate ao garimpo ilegal na TI Sararé, onde aproximadamente 400 escavadeiras utilizadas no garimpo ilegal foram apreendidas e inutilizadas, além de motores e outros equipamentos usados na extração ilegal de minério.
Na Amazônia, no período de 2022 a 2024, houve redução de mais de 30% na repressão de novas áreas de mineração ilegal por meio de operações do Ibama e de outras instituições do governo federal.
Foto: Julliane Pereira/Ascom/Ibama
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