Duas pesquisas apresentadas no final de junho no congresso da Associação Americana para Diabetes (ADA) observou um efeito positivo de uma nova insulina aplicada uma vez por semana para o tratamento da condição. O modelo atual da substância utilizada para o diabetes é diário, o que pode representar barreiras para alguns pacientes.
A nova insulina, chamada icodeca, é produzida pela Novo Nordisk -a farmacêutica também financiou os estudos. A companhia afirmou à Folha que submeteu a insulina semanal à avaliação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em abril de 2023. A análise deve durar entre 16 e 24 meses. Após isso, caso autorizada, é necessária a regulação do preço, processo que pode demorar alguns meses.
Um dos estudos divulgados no congresso dividiu 588 participantes com diabetes tipo 2 em dois grupos: um que utilizou a icodeca por 26 semanas e outro que acessou ao modelo de insulina diária chamada degludeca durante o mesmo período. Então, comparou-se o resultado entre os dois segmentos.
Um parâmetro foi em relação à hemoglobina glicada, fator que colabora para identificar se há altos índices de glicemia no organismo. Os integrantes que utilizaram a icodeca tiveram um resultado levemente superior em comparação à degludeca.
Outra medida observada foi de hipoglicemia, que é o baixo nível de açúcar no sangue. Em alguns casos de tratamento para diabetes, isso pode ocorrer. Os pacientes com icodeca não apresentaram um cenário de hipoglicemia estatisticamente diferente daqueles com uso da insulina diária.
O outro estudo apresentado comparou a icodeca com a glargina, tipo de insulina de uso diário. Os 984 participantes com diabetes tipo 2 foram divididos entre dois grupos, em que cada um utilizava um dos medicamentos. No fim da pesquisa, foi observado que a icodeca teve resultados positivos e parecidos a outra investigação.
O uso do novo modelo de insulina pode facilitar a adesão ao tratamento. Como a icodeca é recomendada uma vez por semana, as injeções devem ser aplicadas cerca de 52 vezes por ano, bem menos que as 36 que a insulina diária demanda.
Além da Anvisa, outras agências regulatórias também analisam o medicamento. Segundo a Novo Nordisk, a FDA, dos EUA, a EMA, da União Europeia, e a NMPA, da China, avaliam uma possível autorização da droga.
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