O líder da Oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), afirmou que há “vazamentos seletivos” nos inquéritos envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF), em coletiva de imprensa nesta terça-feira (19). Ao lado de outros parlamentares da oposição, ele criticou o avanço de investigações como a dasuposta fraude em cartões de vacina de Bolsonaro, que resultou no indiciamento do ex-presidente e de outras 16 pessoas, nesta terça-feira.
“O mais grave são os vazamentos seletivos. Nós estamos deliberadamente tentando destruir reputações e fazendo pré-julgamentos em cima de narrativas. […] Esse inquérito continua sob sigilo, mas toda a imprensa tem acesso ao relatório da Polícia Federal. Isso tem sido recorrente”, afirmou.
Segundo o senador, os “vazamentos” têm sido feitos em momentos em que o noticiário é negativo para o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), como após a divulgação de pesquisas que apontam uma queda na popularidade do presidente e interferências na política da Petrobras.
A oposição também relembrou que esta terça-feira marca o aniversário de cinco anos da abertura do “inquérito das fake news”, iniciado pelo então presidente do STF, Dias Toffoli, e sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes.
“Faz cinco anos de um inquérito que a própria Constituição, o ordenamento jurídico e a razoabilidade determinam que mesmo que tenha sido aberto com as excepcionalidades que o caracterizam, já deveria ter sido há muito tempo encerrado. E esse inquérito gerou centenas de outros inquéritos e milhares estão sendo investigados, muitas vezes à margem do que determina a nossa legislação”, afirmou.
Cartões de vacina
A Polícia Federal concluiu que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) “agiu com consciência e vontade” no suposto esquema de fraude, conforme relatório que resultou no indiciamento.
“Os elementos de prova coletados ao longo da presente investigação são convergentes em demonstrar que JAIR MESSIAS BOLSONARO agiu com consciência e vontade determinando que seu chefe da Ajudância de Ordens intermediasse a inserção dos dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde em seu benefício e de sua filha LAURA BOLSONARO”, diz trecho do relatório.
Segundo os investigadores, o tenente-coronel Mauro Cid, na condição de ajudante de ordens de Bolsonaro, imprimiu os comprovantes de vacinação falsas de Bolsonaro e Laura dentro do Palácio da Alvorada, por ordem do ex-presidente.
Caso o Ministério Público acate o parecer da PF, eles vão responder à Justiça pelos crimes de associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema público, que rendem até 12 anos de prisão, além de multa, conforme o código penal.
O TEMPO