O único sobrevivente ao ataque a tiros que matou três médicos em um quiosque da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, na madrugada de quinta-feira (5), foi transferido para um hospital particular em São Paulo nesta segunda (9).
O médico ortopedista Daniel Sonnewend Proença, 32, estava internado no Hospital Samaritano, na capital fluminense. De acordo com a direção da unidade, o médico está lúcido e seguirá com o tratamento para reabilitação.
“Todos os procedimentos realizados com relação às revisões cirúrgicas e a fixação definitiva do fêmur foram avaliados e estabilizados para que o processo da transferência fosse realizado em segurança atendendo ao pedido da família, quanto ao retorno para a capital paulista”, informou o Hospital Samaritano.
Na unidade de saúde do Rio, Daniel passou por uma cirurgia de dez horas, que envolveu 19 profissionais. Ele levou dez tiros, inclusive quando já estava caído, e sofreu fraturas nos braços, pernas e uma perfuração no intestino.
Na última sexta (6), Daniel apareceu em um vídeo gravado no hospital, no Rio. “Pessoal, tô bem viu, tá tudo tranquilo, graças a Deus. Só algumas fraturas, mas vai dar certo. A gente vai sair dessa junto. Valeu pela preocupação, obrigado”, disse.
O médico foi atendido inicialmente no Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca. Na noite de quinta, Daniel foi transferido para o Hospital Samaritano, na mesma região.
Ele estava com os três colegas assassinados a tiros na madrugada de quinta-feira, em frente ao Windsor Hotel, área nobre do bairro. O crime aconteceu por volta da 1h. Toda a ação durou 27 segundos e foi registrada por câmeras de segurança.
Os médicos estavam no Rio para participar da sexta edição do Congresso Internacional de Cirurgia Minimamente Invasiva do Pé e Tornozelo, com 300 profissionais brasileiros e de outros países.
Foram mortos Marcos de Andrade Corsato, 62, Perseu Ribeiro Almeida, 33, e Diego Ralf de Souza Bomfim, 35, irmão da deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL). Cada um deles foi alvejado por ao menos quatro tiros.
De acordo com o laudo inicial, a maior parte dos tiros atingiu o peito das vítimas -o que reforça, segundo policiais ouvidos pela reportagem, a tese de que foi uma execução.
Segundo afirmou um investigador de polícia à reportagem, Proença não foi atingido por mais disparos, porque a arma do atirador travou. A conclusão ocorreu após a análise de diferentes imagens de câmeras de segurança.
Uma das principais linhas de investigação é a de que o ortopedista Perseu Almeida tenha sido confundido com Taillon de Alcantara Pereira Barbosa, 26, acusado de integrar a milícia de Rio das Pedras. Milicianos são criminosos que exploram o comércio local e cobram taxas de segurança ilegais, sob coação.