O uso de tecnologia ainda se concentra principalmente no treinamento remoto da equipe clínica (59%) e na consulta a profissionais de outros hospitais (54%).
A tecnologia tem sido um divisor de águas na medicina e desponta como fator essencial para transformar o futuro da profissão no Brasil. No entanto, o resultado de uma pesquisa recente divulgada pela Anahp – Associação Nacional de Hospitais Privados, e respondida por 102 hospitais privados de 5 regiões do país, apontou que 95,1% das instituições se preocupam com a qualidade dos médicos recém-formados, assim como o desafio de alinhar as expectativas desses profissionais à realidade do dia a dia da prática clínica (84,3%).
Além disso, 82% das instituições já utilizam algum recurso ou solução de IA para práticas ou processos pré-estabelecidos, mas 74% ainda se sentem pouco preparados para as transformações da Inteligência Artificial (IA) nas áreas clínicas nos próximos 2 anos.
A “Pesquisa sobre qualidade, segurança do paciente e a importância das ferramentas de suporte à decisão clínica” foi feita em parceria com a Wolters Kluwer e revelou a discrepância no cenário quando o tema é IA e demais recursos tecnológicos na saúde no Brasil. Incompatibilidade que segue em relação à telemedicina. A pesquisa mostra que seu uso ainda se concentra principalmente no treinamento remoto da equipe clínica (59%) e na consulta a profissionais de outros hospitais (54%). Já o monitoramento e acompanhamento remoto de pacientes aparece em menor escala, sendo citado por apenas 23% dos respondentes
De acordo com Antônio Britto, diretor-executivo da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), a digitalização e o uso de ferramentas como a Inteligência Artificial (IA) podem reduzir desigualdades no acesso, apoiar decisões clínicas e até contribuir para melhorar a qualidade de vida dos médicos recém-formados, frequentemente pressionados pelo estresse da rotina hospitalar. “Esse cenário mostra o quanto a inovação avança rapidamente, mas também escancara a necessidade de preparar melhor as equipes para essa nova realidade”, destaca Britto.
A telemedicina também desponta como caminho para ampliar o alcance da medicina e reduzir desigualdades regionais. O estudo mostra que ela é usada principalmente para treinamento remoto de equipes clínicas (59%) e para consultas entre profissionais de diferentes hospitais (54%), embora o monitoramento remoto de pacientes ainda apareça em menor escala (23%). “Além de apoiar o médico no seu dia a dia, a telemedicina pode levar assistência a municípios distantes e regiões carentes, sendo uma ferramenta estratégica para o país”, reforça.
Formação e valorização profissional
Apesar dos avanços tecnológicos, Britto alerta que a formação e a valorização profissional continuam sendo pilares para o futuro da medicina. O Observatório Anahp 2025 mostrou que, embora o setor tenha evoluído em eficiência, ainda enfrenta desafios como glosas em alta, dificuldade na gestão de pessoas e necessidade de maior integração entre setores estratégicos. Para ele, esses obstáculos impactam diretamente o trabalho dos jovens médicos. “O desafio do recém-formado está inserido em um contexto mais amplo, que é o de garantir sustentabilidade ao sistema e saúde de qualidade para todos”, afirma.
A Anahp tem buscado responder a essas demandas não apenas por meio de pesquisas, mas também investindo em ensino e desenvolvimento. O Comitê de Ensino e Pesquisa, por exemplo, promoveu o seminário “O futuro do ensino na saúde”, destacando que a qualificação de docentes e o investimento em atualização são fundamentais para formar médicos tecnicamente competentes e empáticos.
Outro ponto de destaque é a valorização do ambiente de trabalho. A entidade promove seminários, workshops e programas estruturados em três grandes eixos – Estratégico, Inovação e Gestão e Relações Corporativas – conduzidos por 22 Grupos Técnicos que atuam diretamente com os profissionais de saúde, fortalecendo o espírito associativo.
Por fim, Britto ressalta que programas como o “Agora tem Especialistas”, lançado pelo governo federal, têm potencial de ampliar o acesso da população a serviços de média e alta complexidade no SUS, reforçando a parceria com hospitais privados. “É uma iniciativa acertada, mas só veremos seus reais resultados com a prática”, avalia.
Para o diretor-executivo da Anahp, o futuro da medicina no Brasil será moldado por três eixos: tecnologia, formação de qualidade e integração entre público e privado. “A medicina é uma carreira que exige dedicação permanente. Nosso desafio é garantir que inovação e conhecimento caminhem juntos para que os médicos possam exercer seu papel com segurança, qualidade e humanidade”, conclui.
Gestão de Carreira
Com o intuito de subsidiar o médico recém-formado, diante de um cenário complexo, foi criada a DocSolution, o primeiro ecossistema do Brasil 100% dedicado ao médico.
A plataforma reúne soluções práticas para facilitar e potencializar a vida dos médicos em todas as frentes incluindo um mural de vagas e plantões disponíveis em diversos municípios do país, mentorias médicas 24 horas por dia e nos sete dias da semana , com suporte em tempo real para o médico tirar suas dúvidas em um momento de diagnóstico difícil; serviço de contabilidade para organizar a vida fiscal do profissional, assessoria em investimentos e seguros, cuidados com a saúde física e mental e empregabilidade por meio das instituições de saúde conectados por meio de uma curadoria para que o médico tenha fácil acesso e escolha por produtos/serviços de acordo com seu momento de vida.
“Transformamos reconhecimento em rentabilidade. Porque os anos de estudos e esforços precisam virar retorno”, explica Vanessa Conte.
O projeto surgiu da expertise de anos atuando com profissionais da área médica. Ao todo, os profissionais que atuam na DocSolution foram responsáveis por impactar diretamente a gestão de carreira de mais de 15 mil médicos, com mais de 200 mil horas de plantão organizadas por mês — e que resultam em 10 milhões de atendimentos por ano.
Para saber mais sobre a DocSolution basta acessar o site.