As mudanças climáticas impões desafios e causam transtornos ao planeta, como os recentes incêndios na Europa e nos Estados Unidos. No Brasil, o a região Centro-Sul enfrenta um dos invernos mais quentes e secos da história. Já os meteorologistas se debruçam sobre os fatores que vem provocando essas alterações.
Em entrevista à Jovem Pan News, o meteorologista do Instituto de Astronomia da Universidade de São Paulo (IAG-USP), Augusto José Pereira, destacou que o prognóstico é de chuva irregular no país nos próximos meses: “Esse próximo trimestre, inclusive até próximo do fim do ano, é de seca na região sul do Brasil e chuva na Amazônia e Nordeste.
Em particular no Nordeste, chuva muito acima do normal. Interessante é que a Austrália, que é sempre muito seca, terá um prognóstico de muita chuva, recordes de chuva para os próximos meses. E a razão é que o Oceano Pacífico, na região da Austrália, está muito quente, e mais para o nosso lado está muito frio. Este muito frio do nosso lado está caracterizando o fenômeno La Ninã, que tende a produzir mais chuva no Norte do Brasil e menos chuva no Sul. Nós estamos diante de uma situação intermediária, em São Paulo a situação é limítrofe. Pode ocorrer de ficar na seca do Sul ou do lado do Norte com mais chuva”.
O meteorologista avaliou que os cientistas continuam a analisar os efeitos das mudanças climáticas e citou, por exemplo, as oscilações de tempo e temperatura em São Paulo: “Isso varia ao longo do tempo. Há anos que chove muito como em 82 e 83, depois tivemos um ano muito forte no fim da década de 90, que produziu seca aqui. Há um balanço de forças nesses grandes sistemas que é variável.
Dependendo dessas características a gente tem uma situação de seca ou muita umidade em dado local. No início do ano choveu muito em São Paulo, mas desde março as chuvas têm estado abaixo do normal”. O professor da USP acrescentou que os gases do Efeito Estufa não são os únicos responsáveis pelas mudanças climáticas, as ocupações irregulares, por exemplo, prejudicam os mananciais e acabam por interferir no clima paulistano.
FONTE: JOVEM PAN