O Ministério da Saúde, por meio do Centro de Operações de Emergência (COE Monkeypox) — criado há cerca de 10 dias para monitorar o avanço da varíola dos macacos no Brasil —, classificou a doença com nível máximo de emergência no território nacional. A categoria III é determinada em cenários de “excepcional gravidade” e admite a possibilidade de culminar em declaração de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (Espin). As informações são do jornal O Globo.
A classificação de nível lll está no Plano de Contingência Nacional para Monkeypox, documento de 31 páginas que fixa diretrizes para prevenir, tratar e combater a doença. O texto elaborado pelo COE, conforme o Globo, traz orientações a respeito do isolamento de casos suspeitos, identificação de sintomas, realização de campanhas de conscientização, testagem, entre outros pontos.
A classificação de nível máximo para a varíola dos macacos se dá em razão da existência de casos confirmados no Brasil, com transmissão comunitária, e da falta de medidas de imunização e tratamento.
O que este grau de alerta estabelece, conforme o documento:
- “Nível III: ameaça de relevância nacional com impacto sobre diferentes esferas de gestão do SUS, exigindo uma ampla resposta governamental. Este evento constitui uma situação de excepcional gravidade, podendo culminar na Declaração de Emergência em Saúde Pública deImportância Nacional- ESPIN.”
O protocolo do COE argumenta que o governo brasileiro tem enfrentado dificuldades em adquirir insumos devido ao cenário de escassez global: “O SUS vem envidando esforços para aquisição desses insumos para a população brasileira,mas cabe destacar que, no momento,não há disponibilidade no mercado internacional de vacinas ou medicamentos para tratamento para aquisição pelo Brasil”, diz o documento.
O grupo orienta que seja desenhada uma Estratégia Nacional de Vacinação contra o vírus levando em consideração o cenário epidemiológico e a disponibilidade de vacinas. Inicialmente, o público-alvo para imunização seria composto por profissionais de saúde e contactantes.
Nesta segunda-feira, o Brasil registrou 2.293 casos confirmados na doença, segundo dados do Ministério da Saúde. Há ainda outros 2.363 ocorrências suspeitas. O estado de São Paulo acumula o maior número de casos com 1.636 registros. No Rio Grande do Sul, atualização do governo do Estado no último sábado (6) apontava 20 casos de infecção pela doença em solo gaúcho.
A varíola dos macacos é transmitida por meio de fluidos corporais, contato com a pele e gotículas respiratórias. Entre os sintomas mais comuns estão febre, dores musculares, cansaço, linfonodos inchados e o aparecimento de erupções na pele.
FONTE: GZH