A enfermeira Edmara Abreu morreu nesta quinta-feira em São Paulo após ser diagnosticada com hepatite fulminante, passando a precisar de um transplante de fígado com urgência . O corpo dela rejeitou o órgão transplantado. Mara, como era conhecida, teve o quadro de saúde agravado depois de ingerir um produto composto por ervas e que fazia promessas de causar emagrecimento.
O corpo de Mara foi velado e cremado no Funeral Tatuapé, em São Paulo, nesta sexta-feira (04). Ela trabalhava no Hospital Santa Joana. Na véspera do falecimento, Mara havia entrado em morte cerebral.
Amigos usaram as redes sociais para lamentar a morte de Mara. “O quão forte você foi para conscientizar as pessoas a importância da doação, todos nós lutamos com você, compartilhando, orando, pedindo doações de sangue e de um fígado”, escreveu uma amiga.
“Ela foi uma guerreira, ela lutou até o fim, ela foi forte e isso que iremos guardar dela. A força dela, a alegria, a dedicação e amor que ela tinha por todos nós”, escreveu uma amiga de infância.
Hepatite fulminante
Mara foi diagnosticada com hepatite fulminante, passando a precisar de um transplante de fígado com urgência, após ingerir um produto com promessas de causar emagrecimento. A médica Liliana Ducatti, doutora em ciências em gastroenterologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), publicou um alerta em seu perfil de Instagram sobre o caso, pedindo atenção ao consumo de substâncias.Continua após a publicidade
Ducatti, do departamento de gastroenterologia na Divisão de Transplantes de Órgãos do Aparelho Digestivo, afirmou no vídeo, postado em 24 de janeiro, que Edmara sofreu uma “falência aguda e gravíssima do fígado”, com necessidade por um transplante “urgente”, correndo alto risco de morte caso não o faça num período curto de tempo. A médica disse que é comum pacientes apresentarem esta condição mediante o uso de algum medicamento. No entanto, no caso de Mara, não havia acompanhamento por um profissional de saúde.
“Os familiares trouxeram pra gente uma medicação que a paciente estava fazendo uso, que se chama 50 ervas emagrecedoras. Quando olhamos o rótulo dessa medicação, a gente pôde identificar diversas ervas que são conhecidas já por serem hepatotóxicas. Entre elas, o mais conhecido, chá verde. Então, é muito bem descrito na literatura, há vários relatos, papers, que mostram casos de hepatite fulminante por uso de chá verde, mas não só ele, carqueja, mate verde, outras ervas. Muitas delas a gente nem sabe e outras já estão descritas na literatura por serem hepatotóxicas. Então nós recomendamos não fazer uso desse tipo de medicação: chá que desincha, chá detox, natural, erva de não se o quê, não faça uso”, destacou Ducatti, descrevendo tais produtos como “charlatanismo”.
FONTE: SAÚDE IG