Não é por acaso que ele é símbolo universal do amor e do afeto e está onipresente até nos “likes” do mundo virtual. O coração está no centro da vida humana em todos os sentidos, sendo indispensável para a vida do corpo. Nesta sexta-feira, 29/9, Dia Mundial do Coração, a Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), orienta sobre a atenção e os cuidados necessários para manter a saúde e o funcionamento desse órgão vital.
Como se estuda nas aulas de ciência, o coração é um órgão muscular que bombeia sangue para todo o corpo humano, por meio das artérias e veias do sistema circulatório, levando oxigênio, sais minerais e outros nutrientes essenciais ao funcionamento dos demais órgãos e tecidos. Porém, o funcionamento sadio do coração e dos vasos sanguíneos pode ser afetado pelas doenças cardiovasculares, que podem se desenvolver em razão de hábitos de vida prejudiciais e condições preexistentes.
As doenças cardiovasculares incluem, entre outras, doenças arteriais coronarianas, insuficiência cardíaca e arteriosclerose, e se constituem como principal causa de mortes no mundo. Tabagismo, colesterol em excesso, hipertensão, obesidade, estresse, depressão e diabetes estão entre os fatores de risco para o desenvolvimento dessas doenças.
A gerente de Condições Crônicas da Semsa, enfermeira Lilian Paula Lima, assinala que a rede de Atenção Primária à Saúde (APS) oferta ações de prevenção, acompanhamento e monitoramento de fatores de risco, como parte do atendimento integral e gratuito voltado a doenças cardiovasculares no Sistema Único de Saúde (SUS). Nesse sentido, as unidades básicas têm como foco o acompanhamento das condições de saúde de pacientes e usuários, mediante avaliações clínicas e exames, de forma a estimar os riscos e as necessidades de cada pessoa.
“Orientamos os usuários a realizar exames periódicos nas unidades básicas, a cada seis meses ou um ano, independente de terem ou não um quadro crônico como hipertensão ou diabetes, pois eles permitem um diagnóstico com mais antecedência para que a gente possa monitorar e controlar essas condições e fatores de risco”, pontua.
Lilian Paula observa que os fatores de risco para as doenças que afetam o coração em boa parte decorrem de hábitos de vida não saudáveis, como o uso do tabaco, o consumo de álcool, a falta de atividade física e a má alimentação. Em alguns casos, eles contribuem de forma cumulativa para efeitos nocivos que propiciam as patologias cardíacas.
“Uma alimentação inadequada, com muito carboidrato e gordura, eleva o esforço do coração para levar sangue ao corpo. E, se a pessoa não pratica atividade física, precisa trabalhar ainda mais”, exemplifica a enfermeira. Daí, ela aponta, até subir uma escada ou outra atividade leve pode resultar no coração acelerado, “saindo pela boca”.
“Em nível clínico, a pessoa está tendo uma taquicardia (elevação dos batimentos) leve, porque o coração trabalhou mais do que estava acostumado a trabalhar”, diz Lilian.
As doenças cardiovasculares inicialmente não apresentam sintomas, porém sinais como dor de cabeça forte, dor na nuca, dormência no braço e ânsia de vômito podem ser indícios de um acidente vascular cerebral (AVC) – obstrução ou rompimento de vasos no cérebro – ou mesmo infarto.
Lilian Paula recomenda às pessoas, de forma geral, observar o surgimento desses ou outros sinais e sempre procurar ajuda. “Se a pessoa nunca sente dor de cabeça e num dado dia sente dor, ou sente incômodo na nuca ou nas costas, deve procurar a unidade básica para conversar com um médico ou enfermeiro. Não pode se acostumar com o sintoma, achar que é outra coisa e não buscar ajuda médica”.
O usuário recebido nas unidades da rede de atenção primária, informa a gerente, passa por avaliação com o clínico geral e realiza exames requeridos pelo profissional. Quando necessário, será encaminhado ao cardiologista, na atenção secundária. O acompanhamento pelas equipes de saúde envolve, além de consultas e exames regulares, orientações para controle dos fatores de risco e condições crônicas.
“Esses usuários são orientados sobre a importância do exercício físico e da alimentação saudável. Se consome álcool, é aconselhado a reduzir esse consumo. Se é fumante, buscar o programa de tratamento da rede básica. São orientações gerais de saúde para todo mundo”, diz.
Lilian destaca que mesmo pequenas mudanças de estilo de vida podem contribuir para favorecer a saúde do coração, como trocar o carro por uma caminhada em trajetos curtos e fazer atividades físicas simples em casa, de forma regular. No prato, evitar excesso de sal e gordura, e equilibrar legumes e verduras, em maior quantidade, com proteínas e carboidratos, em quantidades menores.
Símbolo do amor, o coração também precisa ser amado, como aponta Lilian. “Uma vez que ele para de bater, o tratamento é complicado, um transplante pode ser preciso, e com ele a fila e o medo. Eventualmente a pessoa ainda pode ir a óbito. Portanto, ame seu coração, pois ele faz toda a diferença”, conclui.
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Texto -Jony Clay Borges / Semsa