Em um país que permanece como um dos líderes mundiais na geração de energia renovável, o papel das hidrelétricas continua inalterado, garantindo resposta rápida e estabilidade ao sistema elétrico brasileiro. Segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), essa modalidade representa cerca de 63% da matriz energética brasileira, consolidando o país como um dos maiores produtores desse tipo de energia em todo o mundo.
Segundo Cleiton de Lima Dalben, técnico em manutenção mecânica de hidrelétricas, o país sustenta e expande uma matriz majoritariamente renovável pelo auxílio das usinas hidrelétricas, que funcionam como um eixo de estabilidade para tecnologias intermitentes, como a solar e a eólica.
Além de sua relevância operacional, Lima destaca que a eficiência das hidrelétricas é um fator determinante para manter os custos de energia sob controle. No Brasil, onde a tarifa de energia já é uma das mais altas da América Latina, as perdas operacionais causadas por fatores climáticos ou falta de manutenção adequada intensificam esse valor, resultando em um impacto direto no bolso do consumidor. “Manter o funcionamento das turbinas, dos sistemas hidráulicos e dos geradores vai muito além de uma questão técnica. É uma política de necessidade e contenção de custos. Uma falha mecânica mínima pode gerar um efeito cascata em todo o sistema”, ressalta.
Outro desafio é a modernização de estruturas antigas, visto que no país existe uma parcela significativa de hidrelétricas em operação há mais de 30 anos, o que torna a modernização um passo indispensável para manter a competitividade do setor. “Uma usina modernizada entrega mais energia sem precisar de mais água. Lembrando que é muito mais barato modernizar do que construir novos empreendimentos”, explica Lima.
Em um cenário atual que promove o uso de energias limpas, o mundo busca fontes sustentáveis, estáveis e competitivas, e o Brasil tem nas hidrelétricas um ativo estratégico. Mas para que o país mantenha sua liderança em energia renovável, o investimento contínuo em manutenção, digitalização e modernização das usinas é um passo obrigatório, tanto para garantir segurança energética quanto para evitar o aumento das tarifas para os consumidores.




