Inaugurando as ações de educação patrimonial do programa “Nosso Centro”, a Prefeitura de Manaus, via Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb), vai promover, no dia 5/8, de 8h às 12h, a palestra “Arqueologia Urbana”, com o arqueólogo e doutor em Sociedade e Cultura na Amazônia, Carlos Augusto da Silva, no Casarão da Inovação Cassina, Centro, zona Sul. A palestra será aberta ao público, com inscrição por link, que será disponibilizado mais próximo da data.
A palestra inaugura o programa “Vivendo o Nosso Centro”, promovendo vivências, experiências de imersão na cidade e de educação patrimonial, que seguirá com um circuito de visita in loco na área da Ilha de São Vicente, no “Centro antigo”, zona Sul, onde a prefeitura faz uma série de intervenções de reabilitação urbana. O evento contará também com a participação do arqueólogo Mick Jone Nogueira de Almeida, que faz o acompanhamento arqueológico nas intervenções do “Nosso Centro”.
Natural de Manaquiri (AM), Carlos Augusto tem origem indígena, é graduado em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e conta com ampla atuação no tema de arqueologia na Amazônia.
“Vou abordar a arqueologia amazônica, dentro da ciência social, trabalhando o impacto dessa sociedade hoje em áreas urbanas. Falar de como essa arqueologia é produto de uma ação humana da Amazônia antiga e como essa ação modificou, transformou e criou novas paisagens. E entre essas paisagens, a meu ver, ela está composta de algumas categorias científicas, entre elas a floresta”, adiantou o palestrante.
Para o arqueólogo, a floresta talvez seja hoje uma ramificação, uma identidade com as digitais desses povos que viveram no passado. No meio da arqueologia da Amazônia, Silva é considerado um dos pioneiros no resgate das famosas urnas funerárias milenares já encontradas no interior do Amazonas e na capital.
A gerente de Patrimônio Histórico do Implurb e responsável pelas ações de educação patrimonial do programa, arquiteta e urbanista Melissa Toledo, afirma que quando se fala de arqueologia se tem classificações dela desde a pré-história até a arquitetura e planejamento urbano. “Isso é estudar as relações entre a cultura material, o comportamento urbano e a cognição num assentamento urbano. A palestra tem arqueólogos experientes abrindo um momento de educação patrimonial para vivenciar o ‘Nosso Centro’, e isso é mais do que importante. Na verdade, é discutir, apresentar, provocar uma reflexão na comunidade, porque estamos tratando do nosso primeiro sítio arqueológico, o fragmento urbano de estudo e de implementação, de reabilitação urbana por intermédio do mirante Lúcia Almeida, do casarão Thiago de Mello e do largo de São Vicente”, comentou.
O programa mostra a preocupação e o comprometimento da gestão David Almeida com a política de licenciamento e conjunto de mecanismos para preservação do patrimônio histórico edificado e a delicadeza no olhar para o conjunto cultural de Manaus, contando com o monitoramento da arqueologia.
Programa
O circuito “Vivendo o Nosso Centro” terá oito dias de visitas programadas, com duração máxima de quatro horas, com grupos pré-inscritos para um tour patrimonial, cultural e educativo em espaços da capital, aos sábados, de 8h às 12h, nos meses de agosto, setembro, outubro e novembro.
Para os interessados em participar do programa, a equipe da Gerência de Patrimônio Histórico (GPH) vai divulgar, 15 dias antes, um link para inscrições, que serão gratuitas. A ideia é formar grupos com até 25 pessoas. Ao final de cada visita, os participantes vão receber um certificado de atividade extracurricular complementar.
A ideia é realizar o projeto de educação urbana patrimonial para grupos da sociedade civil e acadêmicos, tendo acompanhamento de técnicos e profissionais do Implurb e secretarias convidadas e envolvidas, com suporte da Comissão Técnica para Implementação e Revitalização do Centro Histórico de Manaus.
Território
A revitalização, requalificação e regeneração do Centro Histórico de Manaus tem como foco o melhor aproveitamento da região central, local que guarda valorosa riqueza cultural e patrimonial. O “Nosso Centro” visa o resgate econômico da área, envolvendo ações de economia, turismo, história, empreendedorismo, cultura, arte e habitação.
— — —
Texto – Claudia do Valle / Implurb