Juntos, o PL e o PT devem receber quase R$ 1,5 bilhão do fundo eleitoral para as campanhas deste ano. Os dois partidos possuem as maiores bancadas no Congresso Nacional, fator que contribui na distribuição do montante. A soma representa cerca de 30% do total de R$ 4,9 bilhões que será repartido entre 29 siglas com registros válidos. O valor foi sancionado no Orçamento deste ano.
A sigla do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deve ficar com o maior valor, na ordem de R$ 863 milhões. A legenda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve ficar em segundo lugar com R$ 604.2 milhões.
Em projeção, o valor do PL deve ser mais de 600% maior do que o recebido em 2020, enquanto o destinado ao PT deve crescer cerca de 200% no cálculo do mesmo período. Na época, as siglas receberam R$ 117,6 milhões e R$ 201,2 milhões, respectivamente. O valor total do fundo eleitoral foi menor do que o deste ano e ficou em R$ 2 bilhões.
O cálculo foi feito de forma prévia pelos cientistas políticos Henrique Cardoso Oliveira e Jaime Matos, da Fundação 1º de Maio. A entidade é partidária e ligada ao Solidariedade. A distribuição exata e oficial, no entanto, só deve ser divulgada em junho pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Os dois partidos com maior montante devem usar os recursos para impulsionar um confronto direto. Tanto Lula, quanto Bolsonaro dizem que o pleito deste ano será polarizado como foi o de 2022, mas por nomes que terão os dois em seus palanques. Eles devem apostar, especialmente, nas disputas por prefeituras de capitais.
Veja abaixo o valor que cada partido deve receber, de acordo com a Fundação 1º de Maio:
- PL – R$ 863.047.115,49
- PT – R$ 604.207.602,84
- UNIÃO – R$ 517.214.850,28
- PSD – R$ 427.063.073,79
- MDB – R$ 410.413.183,37
- PP – R$ 406.726.127,01
- REPUBLICANOS – R$ 331.931.748,26
- PODE – R$ 249.501.801,60
- PDT – R$ 171.802.115,95
- PSDB – R$ 156.154.524,67
- PSB – R$ 150.808.347,60
- PSOL – R$ 127.832.244,90
- SOLIDARIEDADE – R$ 90.729.810,56
- PRD – R$ 84.495.278,79
- AVANTE – R$ 74.806.378,96
- CIDADANIA – R$ 64.643.283,03
- PC do B – R$ 52.233.148,31
- PV – R$ 44.494.998,10
- NOVO – R$ 43.044.035,04
- REDE – R$ 36.409.003,86
- PRTB – R$ 9.803.282,39
- PMN – R$ 9.002.544,18
- AGIR – R$ 6.877.262,23
- DC – R$ 5.547.694,01
- PCB – R$ 5.281.680,32
- PMB – R$ 5.228.260,07
- UP – R$ 4.609.033,25
- PSTU – R$ 4.030.654,66
- PCO – R$ 3.580.693,47
- TOTAL: R$ 4.961.519.777,00
O fundo eleitoral foi criado em 2017 e é abastecido com recursos com Tesouro Nacional. O seu objetivo é financiar campanhas políticas em função do fim das doações de pessoas jurídicas para as campanhas, decidido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2015.
A distribuição é feita seguindo os seguintes critérios:
- 48% divididos entre os partidos na proporção do número de representantes na Câmara dos Deputados na última eleição geral;
- 35% divididos entre os partidos na proporção do percentual de votos válidos obtidos pelas siglas que tenham pelo menos um representante na Câmara;
- 15% divididos entre os partidos na proporção do número de representantes no Senado;
- 2% divididos igualmente entre todos os partidos registrados no TSE.
O Tempo