Em uma realização da 30e, a única apresentação da turnê A Última Ponta na capital paulista contará com a participação dos parceiros de longa data da banda; ingressos estão à venda na Eventim
Letras combativas, constantes impulsos à contracultura e posicionamentos políticos cantados de forma destemida. Essas são algumas das principais heranças artísticas que o Planet Hemp semeia na música brasileira. Ao longo de três décadas, o grupo inspirou músicos a usarem seus sons como forma de reivindicação e afirmação de lutas pessoais e coletivas. Agora, a banda celebra seu legado com alguns desses aliados e parceiros criativos na turnê final, A Última Ponta, que contará com convidados especiais: Emicida, Pitty e Seu Jorge no show programado para a capital paulista no dia 15 de novembro, no Allianz Parque. A apresentação única da tour em São Paulo também terá BaianaSystem nesta noite de celebração. Restam poucos ingressos para a data pelo site da Eventim (acesse aqui).
“Nosso som ainda ecoa para muitas pessoas e vai seguir fazendo barulho por muito tempo. Tocar essas músicas vai ser ainda mais emocionante com nossos amigos. Construímos uma relação fraternal com essa galera que vai além da música. Somos uma turma que faz questão de trazer pra perto quem cresceu com a gente e apoiou nosso trabalho ao longo desses anos todos”, conta Marcelo D2.
O Planet Hemp tem sua história marcada por colaborações e reencontros com grandes nomes da música brasileira, reforçando sua relevância ao longo de três décadas. Emicida, um dos principais representantes do rap nacional, também soma sua voz ao legado da banda, participando do espetáculo de 30 anos e dividindo festivais emblemáticos com o grupo. Já Pitty, ícone do rock brasileiro, foi convidada tanto para a gravação do DVD comemorativo quanto para apresentações em grandes palcos, como o Rock in Rio, celebrando a união de estilos e a força coletiva que sempre pautaram o Planet Hemp. Para completar a noite, o sexteto convida ainda Seu Jorge, que além de participar do projeto audiovisual Baseado em Fatos Reais: 30 anos de Fumaça (ao vivo), de 2024, e de shows emblemáticos da banda no último ano, também atuou como percussionista do grupo na turnê A Invasão do Sagaz Homem Fumaça, no início dos anos 2000.
A história do Planet Hemp
Foi uma camiseta com estampa da banda californiana Dead Kennedys que chamou a atenção de Skunk e o fez ter a primeira interação com Marcelo D2, que, na época, em 1992, vendia camisetas de bandas de rock e vinis usados no bairro do Catete, no Rio de Janeiro. A construção dessa amizade e o interesse mútuo por música resultou na fundação do Planet Hemp que, antes mesmo de ter um álbum lançado, já se apresentava nas casas alternativas das capitais fluminense e paulista e começava a movimentar a cena underground. Em 1994, no entanto, a trajetória de Skunk foi interrompida de forma precoce: ele morreu aos 27 anos. O BNegão, que já acompanhava o grupo de perto, assumiu os vocais, consolidando a formação que se tornaria histórica. “O Planet tem essa coisa singular de ser uma banda underground que habita o mainstream de forma convicta, e isso vai ser levado às últimas consequências nessa tour”, afirma o músico.
Atualmente, o Planet Hemp é formado por Marcelo D2 (vocal), BNegão (vocal), Formigão (baixo), Nobru (guitarra), Pedro Garcia (bateria) e Daniel Ganjaman (guitarra e teclados).
O grupo se destaca pela fusão inédita entre rap, rock’n roll, psicodelia, hardcore, e ragga, com elementos da música brasileira. Resultando em uma identidade sonora única, que não apenas influenciou o cenário musical e político do país, mas, sobretudo, surgiu como uma voz audaciosa na defesa da legalização da maconha, confrontando as estruturas conservadoras da sociedade brasileira.
Usuário (1995), o álbum de estreia, rapidamente se tornou um clássico, com letras diretas e beats pesados. Foi o cartão de visita do Planet Hemp, com sucessos como “Legalize Já”, um manifesto em defesa da descriminalização da maconha; “Dig Dig Dig (Hempa)”, uma crítica à guerra às drogas; e “Mantenha o Respeito”, um grito contra o autoritarismo policial.
Esse discurso direto, irônico e propositalmente subversivo do grupo rendeu um espaço de respeito na cena musical pela constância das mensagens de suas músicas, que reivindicam a legalização da maconha como uma forma genuína de liberdade de expressão, além de denunciar a violência policial e a destruição ambiental. “O Planet Hemp surgiu com menos de 10 anos após a Ditadura Militar. Se falava muito do que se podia e não. Fomos vanguarda ao falar da legalização das drogas, mais que a questão medicinal, abordamos o prejuízo social que a ilegalidade traz. Puxamos conversas que foram necessárias para a sociedade, levantando assuntos que nem podiam se falar nos anos 1990″, afirma D2.
Em 1997, na crescente do sucesso, os integrantes da banda foram presos acusados de “apologia às drogas” por conta das letras e discursos em seus shows, após uma apresentação em Brasília. O episódio gerou grande repercussão na imprensa, mobilizou artistas e intelectuais, e transformou o grupo em símbolo nacional de resistência cultural e liberdade de expressão. Longe de enfraquecê-los, a prisão fortaleceu sua base de fãs e acendeu o debate sobre os limites da arte e da censura no Brasil pós-ditadura.
A discografia do Planet Hemp também inclui os álbuns Os Cães Ladram Mas a Caravana Não Pára (1997), lançado logo após o episódio da prisão, com faixas ainda mais incisivas sobre repressão e desigualdade, incluindo a música que tem o excerto que nomeia a turnê de despedida. A Invasão do Sagaz Homem Fumaça (2000) aprofundou o experimentalismo sonoro; e, após um longo hiato, o retorno com JARDINEIROS (2022) uniu a fúria política de sempre à uma produção mais contemporânea. Esse último trabalho, inclusive, rendeu dois prêmios GRAMMY Latino, em 2023. O grupo venceu nas categorias “Melhor Álbum de Rock ou Música Alternativa em Língua Portuguesa” e “Melhor Interpretação Urbana em Língua Portuguesa”, com a faixa “DISTOPIA”, parceria com Criolo — mostrando que o Planet Hemp segue relevante mesmo depois de três décadas.
Com suas letras combativas, postura antissistema e shows incendiários, o Planet Hemp consolidou-se como uma das principais vozes da contracultura brasileira e serviu de influência tanto na música quanto no discurso político e social no país. Os músicos são donos de um legado que atravessa gerações, desafia normas e amplifica lutas que ainda estão longe de terminar. A turnê A Última Ponta conclui uma trajetória consagrada do Planet Hemp, incluindo uma apresentação no Allianz Parque.
O trabalho mais recente do grupo é o registro audiovisual BASEADO EM FATOS REAIS: 30 ANOS DE FUMAÇA (AO VIVO), gravado em uma apresentação em São Paulo, no último ano, com a participação especial de nomes como Pitty, BaianaSystem, Major RD, Rodrigo Lima e Tropkillaz. “O show que fizemos para a gravação do DVD dá uma boa dica do que os fãs podem esperar desta turnê. Teremos mais tempo de palco, tocando algumas músicas que não tinham entrado no repertório e, claro, com convidados que passaram pela história do Planet”, finaliza D2.
Outras datas da turnê de despedida estão marcadas para o Rio de Janeiro, Recife, Goiânia, Brasília e Belo Horizonte. Todas as informações dos shows nessas cidades, especificamente, podem ser conferidas no site oficial da banda (acesse aqui).
Siga nas redes socias: @turneaultimaponta
SERVIÇO:
Planet Hemp – A Última Ponta
Realização: 30e
SÃO PAULO
Data: 15 de novembro de 2025 (sábado)
Local: Allianz Parque – Av. Francisco Matarazzo, 1705 – Água Branca, São Paulo/SP
Horário de Abertura da casa: 16h
Classificação Etária: Entrada e permanência de crianças/adolescentes de 05 a 15 anos de idade, acompanhados dos pais ou responsáveis, e de 16 a 17 anos, desacompanhados dos pais ou responsáveis legais
Ingressos:
Cadeira Superior – R$ 62,50 (meia-entrada legal) | R$ 75,00 (entrada social) | R$ 125,00 (inteira)
Pista – R$ 147,50 (meia-entrada legal) | R$ 177,00 (entrada social) | R$ 295,00 (inteira)
Cadeira Inferior – R$ 222,50 (meia-entrada legal) | R$ 267,00 (entrada social) | R$ 445,00 (inteira)
Pista Premium – R$ 297,50 (meia-entrada legal) | R$ 357,00 (entrada social) | R$ 595,00 (inteira)
Vendas online em: eventim.com.br/planethemp
Bilheteria oficial: Bilheteria A – Allianz Parque – Endereço: Rua Palestra Itália, 200 – Portão A – Perdizes – São Paulo/SP
Funcionamento: Terça a sábado das 10h às 17h | *Não há funcionamento em feriados, emendas de feriados, dias de jogos ou em dias de eventos de outras empresas.
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SOBRE A 30E
A 30e é a maior e a mais relevante companhia brasileira de entretenimento ao vivo. Com a missão de entregar felicidade e criar memórias inesquecíveis, a empresa tem a inovação, a excelência e as pessoas no centro de tudo o que faz. E, desta forma, a 30e ganhou reconhecimento global como a nova geração do setor. A companhia construiu credibilidade junto ao mercado e ganhou a confiança dos artistas internacionais e nacionais, além dos fãs de música. Já realizou shows de Paul McCartney, System of a Down, Lana Del Rey, Twenty One Pilots, Florence and the Machine, Kendrick Lamar, Slipknot, Gorillaz, The Killers, Roger Waters e Bring Me The Horizon no país. Como uma empresa 100% brasileira, a 30e tem as credenciais necessárias para dimensionar os artistas nacionais e idealizou tours que transformaram a perspectiva do showbiz no Brasil. A turnê Titãs Encontro, a SUPERTURNÊ do Jão, a despedida do Natiruts dos palcos e, agora, a última turnê de Gilberto Gil, TEMPO REI, são exemplos disso. A companhia realiza mais de 200 eventos por ano e tem a projeção de impactar 4 milhões de pessoas em 2025 — sempre desenvolvendo o seu posicionamento de “Delivering Happiness”.