Condutor invadiu a contramão, atropelou motociclista e fugiu sem prestar socorro; caso será julgado pelo Tribunal do Júri se a denúncia for acolhida
Adrielly Calixto/ Governo do Tocantins
A 62ª Delegacia de Polícia de Paraíso do Tocantins concluiu, na manhã desta terça-feira, 7, o inquérito que apurou o grave acidente ocorrido no dia 22 de julho deste ano, em Paraíso. A investigação, conduzida pela equipe da unidade, constatou que o motorista do caminhão identificado pelas iniciais T. S. S., agiu com dolo eventual, sendo indiciado por tentativa de homicídio, além dos crimes de embriaguez ao volante, fuga do local do acidente e omissão de socorro.
O acidente vitimou o motociclista de iniciais E. M. F. F., que trafegava regularmente em sua faixa quando foi atingido violentamente pelo caminhão, que invadiu a pista contrária. A colisão provocou lesões graves, incluindo esmagamento do fêmur, fraturas múltiplas e hemorragia abdominal. A vítima foi socorrida ao Hospital Regional de Paraíso e posteriormente transferida para o Hospital Geral de Palmas.
Conforme o laudo pericial, o caminhão passou sobre a motocicleta e sobre a vítima. Imagens de câmeras de segurança analisadas pela Polícia Civil mostraram que o condutor não desceu do veículo nem prestou qualquer tipo de assistência, fugindo imediatamente do local. A placa dianteira do caminhão ficou caída na pista, o que ajudou na identificação do veículo.
Durante as investigações, foi constatado que o motorista havia ingerido grande quantidade de bebida alcoólica em um bar da cidade horas antes do acidente. O proprietário do estabelecimento relatou que o motorista chegou ao local e consumiu seis cervejas e quatro doses de pinga, saindo sem pagar a conta e visivelmente embriagado.
O indiciado apresentou-se à delegacia cinco dias após o ocorrido, em uma tentativa de escapar do flagrante por embriaguez. Após a conclusão do inquérito, o caso foi encaminhado ao Ministério Público para análise. Caso a denúncia seja apresentada conforme os termos do inquérito policial, o acusado responderá perante o Tribunal do Júri, e as penas dos crimes imputados podem ultrapassar 25 anos de reclusão.
O delegado responsável pelo caso, Bruno Baeza, ressaltou a gravidade dos fatos e o trabalho técnico realizado pela equipe da 62ª DP. “Trata-se de um caso que gerou grande repercussão e revolta na comunidade, principalmente pela forma como ocorreu o acidente e pela total omissão de socorro à vítima. As provas reunidas apontam que o motorista assumiu o risco de provocar um resultado grave ao dirigir embriagado e na contramão. A Polícia Civil cumpriu seu papel, concluindo o inquérito com indícios robustos de autoria e materialidade para que a Justiça adote as medidas necessárias”, afirmou o delegado.
Motocicleta destruída após acidente.