A Prefeitura de Manaus deve anunciar, ainda neste mês, a correção no percentual de desconto dos servidores segurados do Serviço de Assistência à Saúde dos Servidores Públicos do Município de Manaus (Manausmed). A medida visa garantir a continuidade da prestação dos atendimentos na rede credenciada. Na manhã desta segunda, 10/7, o titular da Secretaria Municipal de Administração, Planejamento e Gestão (Semad), Ebenezer Bezerra, e o subsecretário do Manausmed, César Marques, estiveram na Câmara Municipal de Manaus (CMM), para explicar aos vereadores a necessidade da medida.
Durante a sessão plenária, o titular da Semad destacou a importância do Manausmed, lembrando que o serviço, que também atende a segurados do Poder Legislativo, vem enfrentando dificuldades pela falta de atualizações na forma de manutenção, que são as contribuições dos servidores.
“A matemática é simples: quanto se gasta e quanto se arrecada. Por isso, a necessidade de revisão no sistema de contribuição para que o serviço possa oferecer um atendimento ainda melhor”, justificou Ebenezer.
O secretário ressaltou, ainda, que todos os estudos estão sendo realizados para que a correção no percentual de desconto seja a menor possível.
O subsecretário César Marques apresentou um “raio-x” do Manausmed. Segundo ele, no início da gestão, em janeiro de 2021, o serviço não tinha nenhum hospital, nem clínicas, médicos e amargava atrasos de pagamentos de mais de um ano e não tinha credibilidade por parte das unidades de saúde, que se recusavam a atender os servidores. Não havia atendimento na área oncológica e mais de mil pessoas aguardavam por cirurgias gerais, tudo isso no início de uma grave pandemia, que foi a de Covid-19.
Ele lembrou que a partir de um trabalho de reestruturação, orientado pelo prefeito David Almeida, foi possível levar para o Manausmed três grandes hospitais, duas clínicas oncológicas, um centro ortopédico para cirurgias e tratamentos, e mais de 60 especialidades médicas.
“Há servidores que pagam cerca de R$ 50 mensais e fazem tratamento oncológico, que pode chegar a R$ 138 mil/mês com duração, em média, de 6 a 8 meses. O serviço também autoriza cirurgias cardíacas que custam em torno de R$ 500 mil. No mês de junho, o Manausmed teve mais de 3,5 mil atendimentos de urgência e emergência, realizou 427 cirurgias de diversas especialidades, de urgência, portanto, não podem demorar a ser feitas, além de mais 260 cirurgias eletivas. O Manausmed tem hoje 280 pessoas em tratamento oncológico”, pontuou César Marques.
Nos últimos sete anos, segundo o subsecretário, os planos de saúde convencionais tiveram reajustes de 74%, enquanto que o Manausmed não teve qualquer tipo de correção no percentual pago pelo servidor. O serviço tem cerca de 40 mil segurados, dos quais 14 mil são dependentes, pelos quais não é cobrado nenhum valor.
César Marques afirmou que o Manausmed pode colapsar se não houver uma reforma no setor financeiro. “O Manausmed tem salvado vidas diariamente, mas a situação é alarmante. É necessária uma reforma urgente na arrecadação do serviço para que seja possível ampliar os atendimentos. Só para se ter uma ideia, no último sábado, dia 8 de julho, tínhamos 56 pessoas internadas em um hospital, sendo 11 em estado grave, em Unidade de Terapia Intensiva”, informou.
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Texto – Sandra Monteiro / Semad-Manausmed