Em alta no momento, as mostras imersivas chegaram para ficar e uma está sendo montada para possibilitar que os amazonenses possam se sentir dentro de uma oca, navegando no rio, ouvindo o barulho da água no rio ou se sentindo dentro da floresta. Essa é a ideia que está em desenvolvimento pela Prefeitura de Manaus, via Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb), para ter uma exposição permanente no futuro parque Rosa Almeida, localizado na avenida Desembargador Anísio Jobim, nº 20, bairro Colônia Antônio Aleixo, zona Leste.
Com uma área de urbanização de 17,5 mil metros quadrados, em um dos pontos de visão única do fenômeno natural do encontro das águas dos rios Negro e Solimões, a prefeitura se prepara para lançar a licitação da obra do parque urbano, que se conecta com o museu e o restaurante projetados pelo arquiteto Oscar Niemeyer (morto em 2012), um dos únicos projetos do renomado brasileiro para a região Norte.
Tanto a proposta de Niemeyer, de 2005, quanto a do Implurb, de 2021, seguem os critérios para a proteção da dimensão cênica do Encontro das Águas, com áreas de livre circulação e contemplação, valorização do fenômeno e de proteção à paisagem e permeabilidade visual.
A concepção inicial do museu sofreu evolução e se transformou numa exposição permanente no formato imersivo de alta tecnologia. “E nela vamos fazer simulações imersivas do sistema aquático do Amazonas, da bacia amazônica de forma geral. Então, será possível simular um passeio de canoa, com um óculos 3D, tendo as sensações de se estar navegando pelos rios, igarapés e igapós, com projeções e as interações que este tipo de imersão pode proporcionar”, destacou o diretor-presidente do Implurb, engenheiro Carlos Valente.
Cantos de pássaros, barulho de peixes pulando nas águas, ou quem sabe de uma onça na beira de um igarapé caçando. “Tudo isso fará parte dessa exposição imersiva, que terá como matriz exatamente a oca de concreto projetada por Niemeyer”, completou.
Carlos Valente afirma ainda que a exposição será levada para o mundo, para mostrar uma visão da capital como protagonista do meio ambiente. “O prefeito David Almeida tem colocado a cidade e a Prefeitura de Manaus à frente deste tema, por entender que os protagonistas sobre a temática amazônica devem ser os amazônidas. Vamos mostrar, dentro desta diretriz, a nossa visão para o mundo a partir do eixo das águas. E isso será inaugurado com o parque Rosa Almeida, no ano que vem”, afirmou o diretor-presidente.
As exposições imersivas têm atraído olhares e encantado públicos, permitindo interação da plateia com as obras, de modo que ela se sinta dentro delas. O formato de imersão proposto vai unir os dois tipos, a física, da parte cenográfica, e a de projeção e sensações.
Parque
Para construir o parque Rosa Almeida e atualizar sua acessibilidade e importância em uma zona carente de espaços urbanos públicos de qualidade, a prefeitura fez o complemento na proposta e a obra terá restaurante, pavilhão multiuso, pista de caminhada, entre outros mobiliários e paisagismo, com uma área de 37,3 mil metros quadrados.
O ambiente terá duas edificações, uma para acomodar a guarita/área administrativa próxima ao pórtico de entrada, e outra de múltiplo uso, possuindo dois quiosques e banheiros públicos, para dar conforto e atendimento aos frequentadores e turistas, contando ainda com academia ao ar livre, playground e playpet. Nessa implantação se optou em ter uma grande quantidade de áreas de jardins, com paisagismo focado em espécies nativas, desde grandes arbóreas até arbustos.
Escritório
Em 2005, o escritório de arquitetura Oscar Niemeyer projetou a implantação de duas edificações, sendo uma destinada a um museu, agora atualizado para uma exposição imersiva, e outra para um restaurante. Ambas têm área de construção de 3.308,63 metros quadrados. Na chamada oca, há uma cúpula de concreto, tendo nas extremidades opostas, duas hastes com 20,70 metros de altura, sendo uma na cor amarela, representando o rio Solimões, e outra na cor preta, representando o rio Negro.
A outra edificação é o restaurante/loja, sendo no nível do subsolo, encravado na extremidade oposta ao museu, contendo também um terraço no mesmo nível deste.
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Texto – Claudia do Valle / Implurb