A Prefeitura de Manaus e o Conselho Municipal de Segurança Alimentar (Comsean), com apoio da Secretaria Municipal da Mulher, Assistência Social e Cidadania (Semasc), realizou, nesta sexta-feira, 29/9, o segundo dia de atividades e o encerramento da 6ª Conferência Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional, no Parque Municipal do Idoso, no bairro Nossa Senhora das Graças, zona Centro-Sul.
Iniciada com a leitura e aprovação do regimento interno da conferência, a programação do dia consistiu, em sua maior parte, na formação de três eixos de trabalho para a formulação de propostas que visem a garantia do direito à alimentação adequada de famílias em estado de vulnerabilidade social: “Determinantes Estruturais e Macrodesafios para a Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional”; “Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional e Políticas Públicas Garantidoras do Direito Humano à Alimentação Adequada” e “Democracia e Participação Social”.
“A aprovação do regimento e das propostas apresentadas hoje são fundamentais para a expansão da discussão em relação à segurança alimentar no município de Manaus. É a partir daqui que serão desenvolvidos os trabalhos e as demandas a serem apresentados no âmbito estadual e federal no combate à fome não apenas em nossa cidade, mas também no estado do Amazonas como um todo”, destacou o presidente do Comsean, José Manoel Leite.
Quanto às propostas aprovadas, como a ampliação da regionalização através da compra direta de recursos para equipamentos de segurança alimentar com agricultores familiares, a diretora do Departamento de Segurança Alimentar (Dsan) da Semasc e vice-presidente do Comsean, Julianna Diz, ressaltou a importância dos dois dias de conferência enquanto oportunidade para o reconhecimento de novas perspectivas de trabalho em relação ao tema.
“É através da conferência que nós, enquanto poder público, conseguimos enxergar a realidade pelos olhos da sociedade civil, pelo olhar da cidade de Manaus em si. Muitas vezes, no exercício da nossa prática, não conseguimos observar certas situações e que aqui se tornam mais claras, fazendo com que tenhamos acesso a um montante imenso de informações, estipulemos novas metas e trabalhemos ainda mais para trazer soluções às pessoas que hoje se encontram vítimas da insegurança alimentar”, explicou.
Também foi neste último dia de conferência que os participantes puderam votar para decidir os 40 delegados que representarão o Poder Público municipal e a sociedade civil na concorrência pelas vagas para a etapa estadual da discussão. Ativista alimentar pela Associação Tera Kuno, a nutricionista Camila Cyrino foi uma das delegadas eleitas ao fim do dia.
“Foi uma experiência muito boa para ouvir outros colegas da sociedade civil e, principalmente, da gestão municipal no que diz respeito à insegurança alimentar presente no município, que possui dados alarmantes. É um momento essencial para que criemos ações práticas e que levem em conta todo o nosso contexto amazônico e nossas necessidades. Quem tem fome, tem pressa, então agora é o momento em que firmamos um compromisso para agir de forma rápida, eficaz e em todas as camadas apresentadas e debatidas hoje”, concluiu.
Segurança alimentar na cidade de Manaus
Manaus, hoje, conta com nove equipamentos municipais voltados exclusivamente para a execução da política de segurança alimentar e nutricional, administrados pela Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal da Mulher, Assistência Social e Cidadania (Semasc).
Ao todo, o município possui seis cozinhas comunitárias, que juntas distribuem mais de 1.200 refeições gratuitas por dia, além de dois restaurantes populares e um Prato do Povo, responsáveis pela oferta de uma alimentação nutritiva e segura pelo valor simbólico de R$ 1.
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Texto – Guilherme Pacheco / Semasc