Um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) realizado em maio deste ano, que já indicava o ressurgimento do sorotipo 3 da dengue, ganhou relevância após a confirmação de quatro casos na cidade de Votuporanga, interior paulista, na última semana. O primeiro caso, identificado em uma mulher de 34 anos, chamou a atenção pela intensidade dos sintomas clássicos da doença, como febre, vômito, dores e manchas vermelhas no corpo, além de sangramento nasal e urinário.
A Secretaria Municipal de Saúde de Votuporanga agiu rapidamente, implementando ações de bloqueio para identificar a circulação do sorotipo. Dos sete casos suspeitos, três foram confirmados como sendo do tipo 3 da dengue, todos em mulheres com idades de 5, 31 e 46 anos. Os quatro pacientes, localizados na mesma região, em um bairro da zona sul da cidade, estão em casa e se recuperando bem.
A Secretaria de Estado da Saúde declarou que não há registros deste tipo da doença em outros municípios do estado de São Paulo, e não foram relatados óbitos. Em nota, o governo estadual afirmou que monitora constantemente o cenário epidemiológico, com um plano de contingência em andamento, reforçando que esse monitoramento é realizado anualmente, independentemente da linhagem do sorotipo.
Segundo a Fiocruz, a dengue possui quatro sorotipos, e a infecção por um deles gera imunidade contra o mesmo, mas não contra os outros. Como poucas pessoas foram expostas ao tipo 3, há o risco de epidemia devido à baixa imunidade. O infectologista Kleber Luz, coordenador do Comitê de Arboviroses da Sociedade Brasileira de Infectologia, alerta para a semelhança de sintomas entre os diferentes sorotipos, destacando a possibilidade de formas graves da doença, o que pode sobrecarregar os sistemas de saúde.
AM Post