Na sexta-feira, 25 de julho, a Arena Junina foi palco de uma noite mágica, repleta de brilho e tradição, com as mais renomadas quadrilhas dos grupos Acesso e Especial. O público, entusiasmado, se reuniu para apreciar coreografias impactantes e temas que celebram a cultura roraimense.
A festa começou com a quadrilha Filhos de Macunaíma, que trouxe à cena o tema “O legado de um forrozeiro apaixonado”, homenageando e contando a história de vida e a carreira do cantor Zerbine Araújo, uma das grandes expressões da música local. Com 20 casais oriundos do conjunto Pérola e do município de São Luiz, a apresentação encantou com suas roupas vibrantes e coreografias envolventes.
Em seguida, a tradicional Sinhá Benta apresentou o tema Quilombo, explorando a negritude brasileira e a luta dos ex-escravizados. Os 20 casais, vindos da comunidade Tabalascada no município de Cantá, trouxeram à arena uma reflexão poderosa, adornados com trajes que representavam a rica herança cultural.
A quadrilha Coração Caipira, com 25 casais do bairro Buritis, trouxe à tona a fé dos ribeirinhos da Amazônia com o tema “Caboclo Romeiro de São Pedro (Pescador)”. Com 21 anos de história, o grupo apresentou uma coreografia repleta de emoção, conectando o público à tradição e à espiritualidade da região.
Vindo do bairro Buriti e adjacências, o grupo mostrou em sua apresentação o dia a dia dos pescadores e ribeirinhos da Amazônia, com as tarefas domésticas, a caça e a pesca, o preparo da farinha e a coleta do açaí, alimento que não pode faltar na mesa do caboclo. O grupo emocionou ao lançar um clamor contra a devastação da Amazônia, que afeta a sobrevivência dos povos da floresta ao som de Lamento de Raça, do Boi Bumbá Garantido.
Segundo o animador e presidente da Coração Caipira, Shell Chaves, ao pesquisar a fundamentação do tema, o grupo se deparou com a vida dos demais povos da Amazônia, como os ribeirinhos. “A ideia era trazer a questão do cotidiano, da vivência do ribeirinho mostrando como ele trabalha e tira da natureza seu sustento”, ressaltou.
O grupo Furacão Caipira, vindo de Caracaraí, fez sua entrada triunfal com o tema “O São João é que encanta o seu olhar”. Com 25 casais, as coreografias foram marcadas pela beleza e pela emoção, entregando um espetáculo que deixou todos encantados.
Por fim, a quadrilha Xamego na Roça, de Mucajaí, encerrou a noite com o tema “Café com aroma de mulher”, uma alusão a um dos ícones da mesa brasileira. Com 25 casais, a apresentação foi um verdadeiro deleite para os olhos, refletindo a cultura e a essência do povo.
As belas roupas, as músicas contagiantes e a presença calorosa do público transformaram a Arena Junina em um verdadeiro festival de cores e sentimentos, celebrando a riqueza da cultura nordestina em cada apresentação.
ESTIMATIVA DE PÚBLICO
De acordo com a Polícia Militar de Roraima, a média de público que visitou a quarta noite de atividades do São João no Parque Anauá 2025 foi de aproximadamente 60 mil pessoas, com parte delas se concentrando principalmente no palco onde se apresentam as atrações musicais e na Arena Junina.
SOBRE O EVENTO
O São João no Parque Anauá é o maior festejo junino do Norte do Brasil. Em 2025, o evento conta pela primeira vez com recursos federais, repassados pelo Ministério do Turismo.
A festa segue até domingo, 27. A programação está sendo transmitida também pelas páginas do Governo de Roraima no YouTube e no Facebook.
A edição deste ano promete ser a maior da história: são mais de 50 atrações locais e nove atrações nacionais. Nas três primeiras noites, Israel & Rodolffo, George Henrique & Rodrigo, Manim Vaqueiro, Zé Vaqueiro e Thullio Milionário animaram o público.
O arraial segue com Companhia do Calypso (26), e, no encerramento, Jonas Esticado, Guilherme & Benuto e Jefferson Moraes (27).
Outro destaque é o Concurso Estadual de Quadrilhas Juninas, que reúne 28 agremiações dos grupos Especial, Acesso e Emergente. O Governo de Roraima destinou R$ 1,5 milhão em apoio direto às quadrilhas, com R$ 159 mil em premiações, um aumento de 59% em relação a 2024.
SECOM RORAIMA
JORNALISTA: Jacildo Bezerra
FOTOGRAFIA: Taira Guerreiro