Enquanto os casos de dengue e chikungunya seguem se espalhando pelo país, muita gente vê nos repelentes uma chance para tentar se livrar das doenças. No entanto, algumas pessoas enfrentam um desafio a mais na hora de afastar os mosquitos: o fato de serem alérgicas ao produto. Irritação, coceira e vermelhidão costumam ser alguns dos sintomas que se manifestam no corpo desse grupo específico.
A alergia a qualquer produto químico depende muito da concentração dos componentes e da sensibilidade da pele do usuário. “Existem várias substâncias nos repelentes. Então, quando o paciente desenvolve alergia a algum tipo de repelente, o ideal é que ele procure um com outro princípio ativo para fazer o teste. É muito difícil uma pessoa ser alérgica a todas as marcas,” explica o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia – Regional MG, Abrahão Osta.
Outra coisa muito comum é as pessoas usarem o repelente em excesso, o que também pode provocar irritação na pele e intoxicação. “A recomendação da quantidade de vezes que se deve passar o produto depende da faixa etária e da indicação descrita em cada embalagem de repelente. Bebês com menos de seis meses não podem usar. Em outras idades, o produto deve ser aplicado só duas ou três vezes ao dia,” destaca o dermatologista.
Para as pessoas que possuem condições mais severas de alergia, existem outras formas de proteção contra o mosquito Aedes aegypti, como os repelentes elétricos e as telas. No entanto, as alternativas também precisam ser avaliadas, porque o repelente de tomada, normalmente à base de vapor, também pode causar reações alérgicas. Por isso, é recomendado fazer o teste de alergia antes de utilizá-lo.
Nessa busca por defesa, outras pessoas se apegam aos repelentes naturais ou àqueles feitos com receitas caseiras à base de citronela, limão com cravo, folha de louro, eucalipto, óleo de copaíba e tantos outros. Mas de acordo com Abrahão Osta, esses produtos não possuem comprovação de eficácia nem aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), até o momento.
Os repelentes de tomada são eficazes contra o Aedes aegypti ? Posso deixar o aparelho ligado o dia inteiro?
Os repelentes de tomada são produtos saneantes repelentes de ambiente que tiveram a eficácia comprovada contra o Aedes aegypti ao serem registrados pela Agência.Contudo, vale ressaltar que essa eficácia foi comprovada com cepas de mosquitos criados em laboratório. É possível que cepas presentes no meio ambiente apresentem resistência ao produto. Para saber se o aparelho pode ficar ligado o dia todo, consulte as instruções de uso na embalagem.
Gestantes e crianças menores de dois anos de idade podem utilizar todos os repelentes registrados na Anvisa?
Não há restrições de uso de repelentes para gestantes, desde que sejam seguidas as instruções presentes no rótulo do produto.No entanto, tais produtos não devem ser usados em crianças menores de dois anos. Em crianças entre dois e 12 anos, a concentração dever ser no máximo 10% e a aplicação deve se restringir a três vezes por dia. Concentrações superiores a 10% são permitidas para maiores de 12 anos.
A ingestão de vitamina B é eficaz contra o mosquito Aedes aegypti ?
Não. Não há medicamentos que tenham comprovação de eficácia como repelentes para mosquitos.
Qual a norma vigente para registro de repelentes na Anvisa?
Para repelentes de pele, ou cosméticos, a norma vigente é a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) n° 19/2013.Já para repelentes de ambiente, ou saneantes, a norma vigente é a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 34/2010.Mas é importante lembrar: crianças menores de dois anos não devem usar repelentes contendo a substância ativa DEET.
Como posso saber se o repelente é registrado na Anvisa?
Todos os repelentes devem expor no seu rótulo o número de registro na Anvisa ou do processo do produto na Agência. Para os cosméticos, ou os repelentes de pele, o número do registro do produto, normalmente, aparece no rótulo como Reg. MS – X.XXXX.XXXX. O registro de cosméticos começa com o algarismo 2 e possui nove dígitos.
Para os repelentes de ambiente e inseticidas, classificados na Agência como saneantes, o registro começa com o algarismo 3 e também possui nove dígitos.
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