O câncer de intestino, também conhecido como câncer colorretal, é uma doença que afeta o intestino grosso (cólon) e o reto. É um dos tipos mais comuns de câncer em todo o mundo, com uma incidência crescente nos últimos anos. O câncer de intestino ocorre quando as células do revestimento interno do cólon ou do reto sofrem alterações e se multiplicam de forma descontrolada, formando tumores malignos.
A doença é um dos tipos de câncer mais comuns entre os brasileiros e pode ter sintomas pouco específicos.
Veja o que dizem os especialistas sobre quando se preocupar.
QUAIS OS PRINCIPAIS SINTOMAS DO CÂNCER DE INTESTINO?
O cirurgião Éder Lago, membro titular do Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva, explica que muitos dos sintomas iniciais do câncer de intestino são pouco específicos e podem ser confundidos com outros problemas gastrointestinais.
Dor abdominal, desconforto, retenção de gases, cólicas intestinais, aumento de volume abdominal, anemia e fraqueza podem indicar o desenvolvimento da doença em estágios iniciais. Esses sintomas mais gerais ocorrem principalmente quando o tumor é localizado no lado direito e parte mais inicial do intestino.
Quando o tumor está no reto ou na parte mais inferior do órgão, sintomas mais graves são mais comuns. Sangramento nas fezes, dor abdominal intensa e obstrução intestinal podem ser indicativos de que tem algo errado.
Contudo, esses sintomas são comuns também a outras doenças, e o mais indicado é atentar para a sua recorrência e buscar atendimento médico.
QUAIS SÃO OS SINAIS DE ALERTA?
Segundo Maria Ignez Braghiroli, diretora da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica e especialista em tumores gastrointestinais pelo Memorial Sloan Kettering, a avaliação sobre a necessidade de investigação do câncer deve ser feita por um especialista.
A especialista recomenda ficar atento a mudanças no hábito intestinal e nas características das fezes. “Se uma pessoa ia ao banheiro uma vez ao dia e de repente passa a ir a cada 3 ou 4 dias, isso deve ser investigado”, exemplifica.
Nem sempre essas mudanças indicarão ocorrência de um tumor intestinal, mas, especialmente se acompanhadas de outros sintomas recorrentes, alertam para a importância de procurar um especialista.
QUAIS SÃO OS FATORES DE RISCO?
Segundo Lago, a hereditariedade é o principal fator de risco para o câncer de cólon. Portanto, pessoas que têm histórico familiar (especialmente pais e irmãos) de ocorrência da doença devem fazer exames de rastreamento. A realização da colonoscopia é recomendada a partir dos 45 anos. “Não dá para ficar esperando os sintomas para fazer a investigação”, alerta.
Braghiroli afirma que o exame é o mais importante na busca pelo diagnóstico precoce. Para quem não tem nenhum sintoma ou histórico na família, a partir dos 50 anos é indicado procurar um especialista para realizar a colonoscopia. A frequência de realização do exame pode ser avaliada após os primeiros resultados.
COMO TENTAR PREVENIR?
Os especialistas destacam que o acompanhamento recorrente com um médico e a colonoscopia são os principais meios de evitar a progressão da doença e buscar um diagnóstico precoce.
Porém, alguns comportamentos também podem contribuir para menores chances de desenvolver a doença: manter bons hábitos alimentares, regular o consumo de carne vermelha e de ultraprocessados, fazer atividades físicas e evitar ingestão em excesso de álcool e o tabagismo.