O ataque cibernético que atingiu o sistema financeiro brasileiro em julho de 2025, com prejuízos superiores a R$ 1 bilhão, reacendeu o debate sobre segurança digital e a necessidade urgente de autonomia tecnológica. A ofensiva, que envolveu a empresa C&M Software, responsável por intermediar transações entre fintechs e o Banco Central e expôs falhas estruturais graves.
Responsável pelo 2º Registro de Imóveis de Caxias do Sul (RS), Valente foi vítima de um ataque semelhante há seis anos. Os criminosos sequestraram todos os dados do cartório e exigiram US$ 1 milhão em bitcoins para liberá-los. Ao contrário do esperado, ele recusou a extorsão e optou por desenvolver internamente um sistema próprio de segurança e gestão de dados: o Sistema Manoel Valente (SMV).
A experiência inovadora influenciou diretamente a modernização institucional dos cartórios brasileiros. Em 2020, inspiradas pelo caso de Caxias do Sul, as entidades representativas do setor, sob supervisão da Corregedoria Nacional de Justiça (CNJ), criaram o Operador Nacional do Registro Eletrônico de Imóveis (ONR), responsável pela implantação do Sistema de Registro Eletrônico de Imóveis (SREI), hoje em operação nacional, como detalhado em reportagem do Correio Braziliense.
O registrador definiu o período como o “mês em que renasci”, em referência ao esforço concentrado de reconstrução digital do cartório. Ele liderou pessoalmente a criação do SMV, uma plataforma sem fins comerciais voltada à segurança e à continuidade dos serviços públicos, mesmo diante de crises.
Com o recente ataque ao sistema financeiro, Valente voltou a defender medidas estruturantes para enfrentar crimes cibernéticos. Segundo ele, a crise atual é um sinal claro de que o país precisa tratar a segurança digital como prioridade.
“O recente ataque hacker que atingiu o sistema financeiro do Brasil é um alerta claro: segurança digital não é mais um luxo, é uma necessidade urgente e estratégica. Quando nossas finanças, dados e instituições são ameaçadas, o impacto vai muito além do virtual. Ele atinge a confiança, a economia e o cotidiano de milhões de brasileiros”, afirmou.
Para Manoel Valente, o momento exige ação coordenada: “É hora de unir esforços públicos e privados, investir em cibersegurança, fortalecer a educação digital e punir com rigor os envolvidos em crimes virtuais. A tecnologia deve ser nossa aliada, não uma vulnerabilidade explorável.”
Manoel Valente mostra que é possível transformar crises em soluções sólidas e que a segurança digital é campo fértil para inovações conscientes, comprometidas e fomentadoras do bem comum.