Bannon foi conselheiro na campanha presidencial de Donald Trump
Steve Bannon, um importante ex-assessor do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump e uma figura influente na extrema-direita norte-americana, foi condenado, nesta sexta-feira (22), por desacato ao Congresso por ter desafiado uma intimação do comitê que investiga o ataque do ano passado ao Capitólio, em uma grande vitória da comissão liderada por parlamentares democratas.
Um júri concluiu que Bannon, de 68 anos, é culpado de duas contravenções ao se recusar a prestar depoimento e apresentar documentos ao comitê da Câmara dos Deputados que investiga o ataque de 6 de janeiro de 2021, quando apoiadores de Trump tentaram violentamente reverter os resultados da eleição presidencial de 2020.
Cada desacato ao Congresso pode gerar punições entre 30 dias e um ano de prisão, além de uma multa entre 100 e 100 mil dólares. A sentença será determinada posteriormente.
O veredicto emitido pelo júri composto por oito homens e quatro mulheres após menos de três horas de deliberação marcou a primeira condenação bem sucedida por desacato ao Congresso desde 1974, quando um juiz concluiu que G. Gordon Liddy, um dos conspiradores do escândalo de Watergate, era culpado do mesmo crime.
Bannon foi um importante conselheiro na campanha presidencial do republicano Trump em 2016, e trabalhou como estrategista-chefe da Casa Branca durante o ano de 2017, antes de um desentendimento entre os dois que depois foi remediado. Bannon também desempenhou um papel importante na imprensa de extrema-direita.
Sua equipe de defesa sugeriu aos jurados, durante os argumentos de encerramento do julgamento nesta sexta, que Bannon era um alvo político, e tentou retratar a principal testemunha da acusação como um democrata com motivações políticas e laços com um dos procuradores.
A acusação respondeu dizendo que Bannon demonstrou desprezo à autoridade do Congresso e precisava ser responsabilizado por sua atitude ilegal de despeito.
A procuradora Molly Gaston disse aos jurados que o ataque representa um “dia de trevas” para os Estados Unidos, acrescentando que: “Não há nada político sobre descobrir o porquê de o 6 de janeiro ter acontecido, de nos certificarmos que nunca mais aconteça”.
FONTE: AGÊNCIA BRASIL