Apesar de somar só uma derrota ao longo do ano, o Flamengo tem um clássico neste domingo (28), contra o Botafogo, às 11h, no Maracanã, que pode elevar a temperatura de cobranças sobre a comissão técnica de Tite e a diretoria.
Os questionamentos partem de alguns setores da torcida. Não só pelos resultados recentes, mas pelas prioridades colocadas durante o ano que já fazem, em abril, que Tite adote um rodízio no time titular.
Desde a chegada no ano passado, Tite vive boa aceitação no Fla. Melhorou o time e reconstruiu a equipe após a passagem de Jorge Sampaoli. Manteve o time na rota para a fase de grupos da Libertadores e foi campeão carioca.
A antecipação da chegada dele ao Fla em 2023 foi pensando no crescimento em 2024. O time respondeu bem (sobretudo defensivamente), pisou no acelerador no Estadual, mas o começo de Brasileirão e de Libertadores trouxe a rotação dos titulares.
E aí, as cornetas começam a soar à medida em que as vitórias não acontecem – ainda que a amostra de tropeços seja pequena (dois jogos em sequência).
Isso, no entanto, não tem encontrado eco entre membros da diretoria ainda.
Nessa adaptação às circunstâncias, Tite chegou a abrir mão da preferência por não usar uma linha de três zagueiros. Foi com esse desenho que ele começou contra o Bolívar, o time tomou gol com menos de dois minutos de jogo e, ainda no primeiro tempo, o desenho tático mudou.
A volta de alguns jogadores contra o Botafogo, como Pedro e Arrascaeta, pode recolocar o Fla no caminho das vitórias.
Nas coletivas, Tite começou a se defender de forma antecipada. Avisou que seria humanamente impossível repetir o time em todos os jogos e cita a ciência.
Os elementos científicos, de fisiologia e os relatos dos jogadores entram na equação da decisão de tirar determinado nome da lista dos titulares.
A diretoria respalda o treinador e seus subordinados nessa condução, até porque foi ela que pediu prioridade ao Carioca.
Só que a missão é que essa mensagem seja bem absorvida pela torcida, enquanto tenta construir boas campanhas nas competições em curso.
No Brasileiro, o time já foi sem força máxima para o clássico contra o Palmeiras, no sintético, e empatou. Pedro, por exemplo, entrou só no segundo tempo e, depois, nem sequer viajou para o duelo com o Bolívar na altitude.
Enquanto isso, a Libertadores do Flamengo até agora é instável. Jogou na altitude duas vezes. Perdeu uma e empatou outra, mesmo com um jogador a mais.
Ao menos a vitória em casa sobre o Palestino deixa o cenário de classificação mais viável, embora a briga pelo primeiro lugar do grupo com o Bolívar esteja mais difícil (os bolivianos têm 100% de aproveitamento até agora).
VOLTA AO TOPO
A vitória sobre o Botafogo pode recolocar o Flamengo de volta na liderança do Brasileirão.
Com Tite, o time voltou a ficar na ponta da tabela depois de três anos. Isso é um bom sinal e respalda algumas escolhas neste início de temporada.
O Flamengo vai ter uma sequência de jogos em casa (depois desse do Brasileirão, tem o duelo contra o Amazonas, pela Copa do Brasil) e pode silenciar as cornetas das críticas.
A primeira perna do Brasileirão tem duelos difíceis. Até o início da Copa América, há clássicos locais e interestaduais com Corinthians, Vasco e Grêmio, sem contar os demais jogos da Libertadores.
E quando a Copa América vier, no início de junho, o Fla se verá sem jogadores importantes, como os que são da legião uruguaia (De La Cruz, Arrascaeta, Viña e Varela), além do chileno Pulgar, que são nomes frequentes nas suas seleções. Possivelmente, algum brasileiro ainda será convocado por Dorival Júnior.
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