Além de divulgar o novo filme de “Missão: Impossível”, Tom Cruise também tentou evitar a greve do sindicato dos atores, o SAG-AFTRA. O artista participou em junho de uma chamada de Zoom entre o grupo e a Aliança de Produtores de Cinema e Televisão, a AMPTP, que representa os estúdios. A informação foi divulgada pela revista americana The Hollywood Reporter.
Na ocasião, Cruise mediou um meio termo entre os dois lados. Ele discursou a favor do sindicato, pedindo à aliança que ouvisse as preocupações dos artistas sobre o uso de inteligência artificial na indústria. Mas também disse ao sindicato para considerar a liberação de seus membros para promoverem os filmes e séries em que participavam, caso a greve fosse efetivada, e destacou o momento frágil das bilheterias em seu pedido.
Cruise ainda fez uma defesa do setor de dublês no sindicato, pedindo que os estúdios ouvissem as demandas do grupo sobre a categoria. Entre as várias demandas, os atores pedem à AMPTP que um conjunto de regras sejam estabelecido para filmagens com dublês, aumentando a segurança nas filmagens.
A intervenção do ator no encontro foi viabilizada pelo SAG-AFTRA. O sindicato tem uma lista de chamada nas reuniões para que porta-vozes discutem temas específicos da pauta, nos quais tem profundidade. Essa lista é decidida antes dos encontros oficiais, permitindo ao grupo que avalie se o pedido de declaração do membro é válido ou não.
Segundo o Hollywood Reporter, Cruise foi o único ator do porte de uma celebridade a se pronunciar em qualquer uma das negociações entre a aliança e o sindicato. Seu discurso foi recebido de maneira desconfortável pelo sindicato apenas no momento do pedido para viabilizar a promoção dos filmes, de acordo com o veículo.
O esforço de Cruise não deu certo. Na última sexta-feira (14), o sindicato de atores confirmou que as negociações com a AMPTP falharam e oficializou a greve da categoria, se juntando ao grupo que representa os roteiristas. Produções como “Missão: Impossível 8”, produzida e estrelada pelo ator, foram paralisadas até que um acordo entre as partes seja estabelecido.
Até lá, os membros do sindicato estão proibidos de divulgarem os filmes e séries em que participaram, bem como aceitar novos trabalhos e até participar de premiações.