Após a polêmica com a venda de ingressos com valores abusivos e que destoam da realidade mercadológica para o jogo do Amazonas FC contra o Flamengo, que será realizado nesta quarta-feira (22), pela terceira fase da Copa do Brasil, na Arena da Amazônia, quem também não escapou dos valores abusivos foram os vendedores ambulantes que pretendem lucrar com a partida em solo amazonense.
Para além de ser uma paixão nacional, o futebol impulsiona positivamente a economia de uma cidade. Um dos impactos mais imediatos das apostas esportivas na economia local é o aumento da atividade econômica durante grandes eventos esportivos. No entanto, no caso dos vendedores ambulantes amazonenses, pode beirar o prejuízo.
Vale ressaltar que o clube mandante do jogo, no caso o Amazonas FC, tem o direito de estabelecer os valores cobrados nos ingressos e também determina os valores pagos pelos ambulantes.
Quem manuseia um carrinho grande de pipoca, hot dog ou diversos deverá desembolsar R$ 1 mil; os carrinhos pequenos também de pipoca, hot dog ou diversos custarão R$ 500; os ambulantes que trabalham com bombom, picolé, dindin ou bandejas de banana frita, pipoca, algodão doce ou diversos devem pagar R$ 200.
Um vendedor ambulante do ramo de churros, que preferiu não se identificar, declarou que os valores são absurdos e abusivos.
“O Amazonas tá cobrando mil ‘conto’ para o ambulante vender no jogo do Flamengo. Se nós aumentarmos o preço da mercadoria ninguém compra. Nós vendemos em um preço acessível para todo mundo comprar, é povão. Com eles aumentando os valores, nós temos que aumentar o preço da mercadoria. Nós pagamos um preço absurdo, às vezes nós ganhamos e passamos esse valor ou então perdemos. É muito complicado. Na último jogo era R$ 50 o bombom, o dindim… aumentou mais de 100% aí”, declarou.
Conforme o ambulante, a lista abaixo já foi a segunda com os valores atualizados.
Vendedor ambulante do ramo de pipocas e batatas fritas, que também preferiu não se identificar, declarou que se assustou ao se deparar com os valores cobrados.
“Esse valor que estão cobrando é um absurdo. Não é justo eles cobrarem um valor desse por apenas 90 minutos de jogo. Sendo que a gente também tem gasto tem fora o espaço que estamos pagando, tem o material para comprar, pagamos frete, temos funcionários para pagar. Tudo isso é em conta de lápis. A despesa é alta e o lucro é muito pouco porque trabalhamos, primeiramente, para tirar a despesa. Depois que vai vir o lucro e o tende a ser muito pouco. Nos jogos anteriores eles não cobravam esse valor, eles cobravam um preço acessível que era R$ 50 para o pessoal que trabalha com a bacia, R$100 o carrinho de pipoca dentro da arena e agora eles vieram com esse preço absurdo. Isso deve ser verificado e chegar até as autoridades maiores porque não pode, a arena é cedida pelo estado”, frisou.
Em relação ao preço cobrado pelos ingressos, a Defensoria Pública do Estado do Amazonas (DPE-AM) entrou com uma Ação Civil Pública (ACP) na Justiça Estadual pedindo a diminuição de 30% dos valores de ingressos para o jogo de futebol, alegando que o time amazonense está se aproveitando da situação “já que pratica preços totalmente fora da média para as partidas realizadas no Estado do Amazonas, quando os jogos envolvem grandes clubes no cenário futebolístico nacional”. No entanto, o pedido foi negado.
O portal Amazônia Press entrou em contato com a assessoria do Amazonas Futebol Clube em busca de esclarecimentos aos valores cobrados. O clube amazonense declarou que os valores são os mesmos cobrados em outras partidas de futebol ao redor do país.
“O Amazonas FC informa que os valores cobrados aos vendedores ambulantes são os mesmos praticados nos demais estádios do país e variam conforme o tamanho do empreendimento. O clube não alterou sua política de preço para esta partida e manteve a tabela que já vem sendo utilizada há algumas temporadas”, disse a nota completa.