O governo do Amazonas, sob a gestão de Wilson Lima, já gastou 72,6% da verba destinada ao turismo em apenas seis meses. Empresa Estadual de Turismo do Amazonas – Amazonastur, tem o orçamento de R$ 73 milhões previstos para 2024, ou seja, já empenhou R$ 53 milhôes e pagou R$ 30,5 milhões já foram efetivamente desembolsados.
Uma das principais controvérsias é que os equipamentos adquiridos pela Amazonastur deveriam, na verdade, ter sido comprados pela Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa (SEC). A SEC é a responsável pela realização dos eventos patrocinados pelo governo estadual. A Amazonastur, por sua vez, tem a missão de promover o turismo com foco na preservação da floresta e no desenvolvimento sustentável, incluindo melhorias na infraestrutura e capacitação profissional, mas não na realização de eventos.
No último contrato publicado no Diário Oficial do Estado, a principal beneficiária foi a empresa Barra Som Eventos, que recebeu R$ 5.075.178,07 para fornecer iluminação, som, mesas, cadeiras e palcos. Este gasto levanta dúvidas sobre a alocação dos recursos públicos e a real necessidade desses equipamentos para os objetivos da Amazonastur.
O uso elevado da verba de turismo em um curto período gerou críticas e levantou questões sobre a transparência e a eficiência da gestão dos recursos públicos. Parlamentares e especialistas em finanças públicas estão pedindo uma auditoria para avaliar se os gastos estão sendo feitos de acordo com os objetivos estabelecidos e se há justificativa para a aquisição desses equipamentos por uma agência que não é responsável por eventos.
Enquanto isso, a população e os operadores de turismo se perguntam como esses gastos influenciam o desenvolvimento do setor no interior do estado. Muitos argumentam que os investimentos deveriam ser focados em infraestrutura turística e programas de capacitação que trazem benefícios diretos e duradouros para as comunidades locais. A promoção de um turismo sustentável é vista como essencial para preservar a floresta amazônica e garantir o crescimento econômico das regiões mais remotas.
A situação reforça a necessidade de maior transparência e responsabilidade na gestão dos recursos públicos. A Amazonastur e a SEC precisam esclarecer os critérios para a alocação da verba e garantir que os investimentos estejam alinhados com as prioridades e necessidades reais do turismo no estado. O governo do Amazonas deve, portanto, considerar uma revisão dos processos de compra e contratos para evitar futuros questionamentos e assegurar que os recursos sejam utilizados da forma mais eficaz possível.
Até o momento desta publicação, não obtivemos resposta da assessoria da Amazonastur em relação aos questionamentos sobre os recentes gastos da agência. As solicitações visavam esclarecer a alocação de recursos da verba destinada ao turismo, particularmente a respeito da aquisição de equipamentos e contratos específicos, como o firmado com a Barra Som Eventos.
Também fizemos contato com a assessoria do governador para obter esclarecimentos sobre os recentes gastos da Amazonastur, conforme divulgado no Diário Oficial do Estado. Até o momento, no entanto, ainda não recebemos resposta.