Média nacional foi de 535 pontos em um índice que vai até 1.000, revelando avanços pontuais, mas falta consistência para tornar a sustentabilidade estratégica no setor
São Paulo, 25 de setembro de 2025 – O Instituto Semesp, centro de inteligência analítica dedicado à produção de dados e estudos estatísticos sobre o ensino superior, lança o Sistema de Avaliação da Sustentabilidade (SAS Semesp), que traz indicadores inéditos sobre como as Instituições de Ensino Superior (IES) privadas e públicas no Brasil estão incorporando a sustentabilidade em suas políticas, estratégias e ações. A apresentação dos dadosocorreu nesta quinta, 25 de setembro, durante o 27º FNESP, maior fórum de ensino superior da América Latina, que vai até amanhã, 26, no Centro de Convenções Distrito Anhembi, em São Paulo. O tema central desta edição é o desenvolvimento sustentável, destacando o papel das instituições diante das emergências climáticas globais. Confira a programação completa aqui.
Diferentemente de rankings internacionais, como o GreenMetric, que tendem a privilegiar operações de campus e pesquisa, beneficiando grandes universidades de países desenvolvidos, o Sistema de Avaliação da Sustentabilidade (SAS Semesp) adota uma abordagem holística e mais justa e adequada ao contexto das instituições brasileiras e da maioria das IES do mundo. O SAS Semesp avalia de que forma a sustentabilidade é incorporada às operações do campus, às atividades acadêmicas de ensino e pesquisa, ao relacionamento com a comunidade interna e externa e à gestão organizacional das instituições.
“Com o SAS Semesp, o setor passa a contar com um referencial próprio e adequado ao contexto nacional para medir e orientar a sustentabilidade no ensino superior. A ferramenta incentiva cada IES a ir além de ações pontuais, planejando de forma estratégica e consolidando-se como protagonista de um futuro mais sustentável”, destacou Lúcia Teixeira, presidente do Semesp, entidade que representa as mantenedoras de ensino superior no Brasil.
Para Rodrigo Capelato, economista e diretor executivo do Semesp, “mais do que um diagnóstico, o objetivo é disponibilizar uma ferramenta mais justa, permitindo comparar práticas e avançar na integração da sustentabilidade como eixo estratégico do setor educacional”.
Por meio de uma pesquisa sobre a presença de sustentabilidade nas instituições de ensino superior brasileiras (arquivo completo), o Instituto Semesp aplicou os indicadores do SAS Semesp em 155 instituições mantidas e 138 mantenedoras, o que corresponde a 2,1 milhões de alunos dos cursos de graduação no Brasil (21% do total). Entre as IES mantidas, 77% são privadas e 23% públicas, enquanto, entre as mantenedoras, 85% são privadas e 15% públicas. “A amostra garante um retrato robusto e representativo, permitindo traçar um diagnóstico confiável sobre a incorporação da sustentabilidade nas IES brasileiras”, observou Rodrigo Capelato.
A amostra também contemplou instituições de diferentes redes, portes e organizações acadêmicas, incluindo universidades, centros universitários, faculdades e institutos federais. Esse recorte garantiu diversidade e representatividade, refletindo também a heterogeneidade do sistema brasileiro.
Abaixo, alguns destaques da pesquisa
A média nacional de sustentabilidade nas instituições pesquisadas foi de 535 pontos no Índice Geral de Sustentabilidade, que vai até 1.000, o equivalente a 53,5%. “As instituições avaliadas superaram a marca de 500 pontos, evidenciando que já existem iniciativas relevantes de sustentabilidade em andamento. No entanto, ainda é necessário avançar em consistência e integração para que a sustentabilidade se consolide como eixo estratégico no ensino superior”, disse o diretor executivo do Semesp.
Os dados por rede mostram diferenças entre instituições privadas e públicas no Índice Geral de Sustentabilidade. As instituições privadas alcançaram em média 545 pontos, o que representa 54,5% da pontuação máxima possível (1000 pontos). Já as instituições públicas obtiveram 490 pontos em média, correspondendo a 49% do total. Esses números indicam que, embora ambas as redes estejam em patamares intermediários, as privadas apresentam desempenho ligeiramente superior em iniciativas de sustentabilidade.
Os resultados do SAS Semesp mostram que as instituições de ensino superior alcançaram, em média, 51% da pontuação máxima em Operações do Campus, 50% no eixo Acadêmico (ensino e pesquisa), 66% no relacionamento com a Comunidade e 52% no eixo Organizacional. O desempenho mais elevado foi observado no vínculo com a comunidade, onde as IES atingiram dois terços do potencial, refletindo maior atenção a iniciativas de desenvolvimento regional, inclusão e bem-estar. Em contrapartida, os eixos acadêmico e de operações do campus permaneceram próximos à metade do máximo possível, evidenciando a necessidade de fortalecer a integração da sustentabilidade nas práticas de ensino, pesquisa e gestão institucional.
Por rede, o desempenho médio das instituições privadas e públicas apresentou variações nos diferentes eixos avaliados. Entre as instituições privadas, os percentuais alcançados foram de 51,9% em Operações do Campus, 50,8% no eixo Acadêmico, 67,2% em Comunidade e 52,6% em Organizacional, destacando-se o maior resultado na dimensão comunitária. Já entre as instituições públicas, as médias ficaram em 47,4% em Operações do Campus, 43,9% no Acadêmico, 58,1% em Comunidade e 51,7% em Organizacional, com melhor desempenho também no relacionamento comunitário. “Os números revelam que tanto as redes privadas quanto as públicas apresentam avanços em ações voltadas à comunidade, mas ainda registram desempenhos intermediários nos demais eixos, especialmente no acadêmico”, explicou o diretor executivo do Semesp.
Os resultados por arquétipos mostram desempenhos distintos entre os eixos avaliados. Em operações do campus, o melhor resultado foi em minimização do consumo, com 63,7% da pontuação máxima, seguido do tratamento de resíduos (55,7%), enquanto substituir processos teve desempenho bem mais baixo, com apenas 38,5%. No eixo acadêmico, o ensino registrou 51,3% e a pesquisa 44,6%. Já no eixo comunidade, os resultados foram mais expressivos: 62,3% na relação externa e 69,5% na interna, evidenciando avanços em ações de inclusão, desenvolvimento regional e bem-estar. No aspecto organizacional, a dimensão reposicionar a IES alcançou 63,7%, mas estruturar a IES ficou em 46,8%, apontando fragilidades na consolidação da sustentabilidade nos processos internos de gestão.
Serviço
27º Fnesp – O Poder da Educação para um Planeta Vivo
Data: 25 e 26 de setembro de 2025
Local: Centro de Convenções Distrito Anhembi – Av. Olavo Fontoura, 1.209, Santana, São Paulo – SP
Sobre o Instituto Semesp
O Instituto Semesp é um centro de inteligência analítica dedicado à produção de dados e estudos estatísticos sobre o ensino superior, integrado por especialistas com sólida experiência na análise do setor. Seu objetivo é fornecer informações relevantes e confiáveis para pesquisadores, educadores, gestores públicos e privados, jornalistas e a sociedade em geral, contribuindo para decisões estratégicas e formulação de políticas públicas. Responsável pelos principais estudos e pesquisas da educação superior, o Instituto produz o Mapa do Ensino Superior no Brasil, a Pesquisa de Empregabilidade, a Pesquisa de Inadimplência, a Pesquisa sobre Cursos de Especialização Lato Sensu, entre outros diagnósticos essenciais para a compreensão da educação acadêmica no país.
Sobre o Semesp
Fundado em 1979, o Semesp, entidade que representa mantenedoras de ensino superior do Brasil, tem como objetivos oferecer soluções para o desenvolvimento sustentável das instituições associadas e contribuir para a melhoria da educação acadêmica no país. Comprometido com a inovação, coordena redes de cooperação educacional, realiza estudos por meio do Instituto Semesp e promove a interação entre mantenedoras, profissionais e estudantes. Organiza eventos como o FNESP, maior fórum de ensino superior da América Latina, o Conic, as Jornadas Regionais, as Missões Técnicas nacionais e internacionais, entre outros, além de capacitar profissionais por meio da Universidade Corporativa Semesp.